terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"Qual é, na sua opinião, o profissional responsável pelo desenvolvimento ?"


Uma das ultimas publicidades feita pelo MEC (ministério da educação e cultura) foi a que abordava a importância e a valorização do professor. A propaganda consistia em perguntar, para pessoas de países desenvolvidos, qual era os profissionais responsáveis pelo desenvolvimento de um país? Em todos os países, e em varias línguas, a resposta era sempre a mesma: “o professor”. Com toda certeza foi uma bela e criativa propaganda, que deixou claro que a profissão de professor é a mais importante para se forma um país desenvolvido. No entanto a propaganda não surtiu o efeito esperado, ou melhor, está ocorrendo uma verdadeira catástrofe com a profissão de docência.

Uma pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas (foram ouvido 1500 alunos) nos traz números pessimista para a profissão de professor. “Apenas 2% dos estudantes de ensino médio em escolas públicas e particulares cogitam seguir a carreira de professor” (VEJA pág.: 87) e o pior não é só isso destes 2% de alunos, são jovens que pertencem ao grupo de piores notas no boletim. Ou seja, alem de ser uma profissão rejeitada pela grande maioria, os poucos que a querem “podem” está apenas em busca de um curso superior. Sabe só pra dizer que tem alguma coisa. A pesquisa também nos revela três motivos que nos deixa bastante claro o porquê da rejeição. O primeiro é a falta de prestígios, os bons alunos, que são dedicados, estão à procura de profissões que tenha reconhecimento e com toda certeza o professor no Brasil não tem um pingo de reconhecimento, pelo contrario, vira e mexe encontramos um professor sendo agredido covardemente por um aluno. O segundo motivo, citado pela pesquisa, é a falta de remuneração salarial, é lógico que se eu sou um aluno dedicado vou querer ser recompensado. Por fim o terceiro motivo, é o velho e realista discurso “Meu Pai Não Quer”, ou seja, alem dos jovens terem contato com a vida dura de um professor, eles também são desencorajados em casa, pelos seus familiares. Por isso estando em contato com esses três motivos sabemos bem o porquê (?) da propaganda não ter surtido tanto efeito.

É lógico que o sentido desse texto não é de generalizar as coisas, alias nem o da pesquisa. Quem estuda alguma dessas licenciaturas, sabe bem que muito são os alunos que são totalmente dedicados; temos experiência própria afinal somos alunos de licenciatura de História, e sim sabemos que existe mais alunos dedicados do que os alunos que não querem nada. Então como entender essa pesquisa? Pois bem, vamos ao fato, até o momento ocultado. O curso de pedagogia é o mais discutido na pesquisa, e não as licenciaturas, no entanto, também não estou querendo dizer que pedagogia é o curso que está em catástrofe, pois como em toda pesquisa não se pode generalizar tudo. No entanto ainda assim o problema é grave a profissão de professor está desgastada e são raros os estudantes que a querem como primeira opção para o seu futuro, somente se não tiver outras opções para daí sim observamos alunos bons se rendendo a uma profissão sem nenhum prestigio no país. O problema precisa ser solucionado, como disse a coordenadora da pesquisa, Bernardete Gatti: “Sem atrair as melhores cabeças para a faculdade de pedagogia, o Brasil jamais conseguirá deixar as ultimas colocações no rankings de ensino”.
Por isso vale um alerta para todos. Pouco adianta eu querer ser um medico, advogado ou engenheiro em um país com uma educação fraca e subdesenvolvida. Temos que prestar muita atenção, pois os professores que estão dando aula, são o futuro do nosso país e sim eles merecem total consideração do nosso governo. Por isso como disse a propaganda do MEC: "Seja um professor!"

Victor Barbosa
M. Dias