domingo, 19 de fevereiro de 2017

Saudade

Choramos ainda que silenciosamente quando algo, ou alguém que nos é caro se vai de alguma maneira.
A saudade é um mal sem cura! 
Que insiste em doer, quanto mais se lembra, mais ela encontra aí, razão para arder a sua chama invisível...

A saudade nos chega de muitos modos...
Desde um aroma que evoca um dia bom de uma infância perdida nas garras do tempo, até uma linha sublime de algum bom texto, que nos libertou a alma num vôo além da imaginação, a montar o alado corcel da leitura...
Desde um beijo roubado, ganhado, ou imaginado, nos lábios do ser amado, até o adeus a um amigo numa partida que dá vida a separação e inaugura irremediavelmente a nostálgica vivência da expectativa da chegada...
Saudade é um desejo intenso, incontido e quase irracional de estar onde não se está, mas que se gostaria de estar....
Saudade é querer viver de novo a infância que se esvaiu,
É querer sentir de novo o aroma que no ar se exauriu, 
É querer sentir a paixão e o fogo nos lábios do ser amado, conforme um dia se sentiu, ainda que na imaginação...
É querer reler de novo aquele texto sublime que o infinito nos abriu,
É querer reler mais um vez aquele verso que sufocando a razão, deu sentido ao sem sentido, trazendo a lume o rio da emoção... Num palpitar de coração febril.
Saudade, nostalgia... Só que amou sentiu...
Só que viveu sofreu...
Só quem, vive, só quem ama... Sente!


Joaquim Teles - Kiko di Faria.