Juntos somos mais Fortes, inclusão já!A primeira entrevista do Bomba-H, como já foi divulgado anteriormente, é com a então professora de Libras Andréa Fabiana. A entrevista aconteceu em uma quarta-feira e as perguntas foram elaboradas pelos alunos Fernando, Marcos e Victor. A entrevista durou cerca de 25 minutos. A seguir vocês poderão vê o que foi perguntando e o que foi respondido.
Quando a senhora começou a trabalhar com Libras?
Foi quando eu assumi um cargo de professora de recurso no setor de apoio, na escola Maria Angélica em Formosa. Uma das atribuições de um professor de recurso é dominar a língua de sinais e também o conhecimento do braile. E nessa época que assumi o cargo eu não tinha esse domínio nem para braile nem para libras e também Formosa não tinha esse tipo de curso. Ou seja, para aprender eu teria que ir para Brasília. Só que nessa época eu não dispunha de recursos financeiros para ficar indo. Só que ainda assim o cargo me cobrava uma necessidade de aprender. Então nessa época eu idealizei um projeto comunitário, porque eu percebia que as famílias dos alunos tinham dificuldade em se comunicarem e os funcionários de mudo geral, todos estávamos no mesmo barco. Então fizemos esse projeto comunitário e a sub-secretária de educação de Formosa, dispunha no quadro de pessoal de um instrutor de libras. Isso era tudo que precisava, para ter o curso de interprete. Então nós começamos a principio para atender a necessidade de trabalho e também para facilitar a inclusão dos deficientes auditivos. Precisávamos desse aprendizado.
O que foi a chegada de Libras no meio acadêmico?

Nesse ano foi acrescentada na grade curricular, no curso de licenciatura de história na UEG, a disciplina de Libras. Nesse sentido como você analisa o primeiro semestre do ano, que foi um tanto conturbado pela demora nas obras e pela própria efetivação do seu cargo?

Como professora de Libras, qual momento que mais lhe satisfaz na aula?
Como professora me sinto feliz quando percebo que os alunos estão realmente aprendendo. Quando repetem corretamente os sinas de libras das aulas passadas, quando percebo que está havendo um aprendizado. (risos)
Professora se a senhora tivesse o poder políticos nas mãos, como deputada federal, existe algum projeto que você criaria ?
Na verdade eu nunca pensei em algo assim. Mas seria bom que os direitos iguais saíssem da teoria, do papel, e virassem prática, para que todos tivessem direitos realmente iguais.
A professora poderia nos dá um exemplo dessa teoria que está no papel mas não na pratica, para os deficientes auditivos?
Por exemplo, igual nos bancos. A legislação está clara todas as empresas têm que ter um interprete para está atendendo este público de deficiente auditivo. Nos bancos, que tem uma margem de lucro imensa no final do ano, não custava nada que se contratassem interpretes para facilitar nesse atendimento. Pois se chega um deficiente auditivo em um banco ele passa por dificuldades, pode até acabar fazendo alguma coisa errada. Por isso ainda que não tivesse um interprete, deveria pelo menos capacitar os funcionários do banco, pelo menos os que estão na área operacional.
Como à senhora vê a questão da inclusão social e educacional de um deficiente auditivo? Qual a importância de Libras para isso?
Libras é uma linguagem e não tem como a pessoa viver sem ela. Então a língua de sinais é importante porque o deficiente auditivo sempre vai depender dela, pois aonde tem dois surdos sempre tem a língua de sinais. Então o conhecimento de Libras, seria o primeiro passo para inclusão de um deficiente auditivo.
Qual é sua opinião entre o deficiente auditivo conviver em uma escola regular, que possa não está preparada para inclui-lo socialmente, e entre ele conviver em uma escola especifica para deficientes, aonde ele possa interagir com outros próprios deficientes auditivos?
Eu defendo a escola regular, porque eu acho que ele tem que aprender e crescer junto com alunos ouvintes. Pois o mundo não tem só deficientes auditivos e as escolas regulares devem trabalhar, pois é o primeiro passo para a socialização e inclusão de um deficiente auditivo.
Como é a relação do surdo, quando ele é considerado um deficiente?
Eles mesmos não gostam de se misturar com outros deficientes. Com ouvintes sim, agora com outros deficientes não. Por exemplo, quando começou a inclusão e que a gente falava que todos eram alunos da inclusão eles não aceitavam. Outras deficiências como a síndrome de down a deficiência mental sim, mas eles não se consideravam deficientes.
A senhora já presenciou algum momento de descriminação ao deficiente auditivo?

Quais os projetos que se tem na cidade destinada para esse público?
Não existe em Formosa uma associação de surdos. Tem uma associação de deficientes e eles participam, inclusive tem uma participação muito boa nos encontros. E as missas ao domingo, na igreja católica, também igrejas evangélicas que fazem encontros. Mas em termo de palestra, lazer algo mais especifico isso não acontece.
Sobre a recém-regulamentada, profissão de intérprete?
O reconhecimento e a conquista é sempre muito importante, para qualquer profissão, e não é diferente para um interprete.
Uma pergunta pertinente do Fernando, foi feita a cerca de dados estatísticos sobre o numero de surdos que têm no país? Infelizmente a principio a professora ficou em dúvida, porém o Bomba-H foi investigar e informa todos agora...
O Brasil tem ais de 6 milhões de surdos, dos quais 65,5 mil já estão formalmente inseridos no mercado de trabalho esses dados foi levantado pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)
Fernando Teixeira
Marcos Dias
Victor Barbosa
Fernando Teixeira
Marcos Dias
Victor Barbosa