sexta-feira, 9 de março de 2012

Humor com H - Caju e Castanha

O pobre e o rico - por Caju & Castanha




O rico é quem come tudo, tudo que quer ele come
Mas o pobre que trabalha, ganha pouco e passa fome

Rico come caviar, come picanha, filé / Na vida o rico tem tudo e come tudo o que quer
Onde o rico bota o dedo o pobre não bota o pé

O pobre come bolacha, tripa de porco e sardinha / Farofa de girimum, bucho de boi com farinha Come cuscus com manteiga e batata com passarinha

O rico leva a família para o salão de beleza / Manda cortar o cabelo e na pele faz limpeza E a filha volta tão linda que parece uma princesa

O pobre leva a família num salão barato e fraco / Manda raspar a cabeça e o cabelo do sovaco E o filho fica igualmente a um filhote de macaco

O rico quando adoece vai pro melhor hospital / No outro dia seu nome sai na página do jornal Dizendo que o danado já não tá passando mal

E o pobre quando adoece é feliz quando ele escapa / E quando tá internado, a comida é pão e papa Se gemer muito de noite o café que vem é tapa

O filho do homem rico tem uma vida bacana / Seu papai paga os estudos e no final de semana Ele sai com sua gata pra passear de Santana

O filho do homem pobre vai passear de jumento / Bota a nêga na garupa, sai correndo contra o vento Quando o jegue dá um pulo, mete a bunda no cimento

A mulher do homem rico, se vai pra maternidade / Dar a luz a um menino, falam com sinceridade Ganha milhões de presente da alta sociedade

A mulher do homem pobre, quando ela vai descansar / O presente que ela ganha é bolacha e guaraná E um bala de chupeta que é pro guri chupar

A mulher do rico sai num sapato bom, de couro / Cabelo bem penteado, brinco que vale um tesouro Pulseira e colar de prata, relógio e cordão de ouro

A mulher do pobrezinho só anda sem gabarito / O cabelo é assanhado, o casaco é esquisito
E a saia tem mais buraco que tábua de pirulito

Filha de rico se forma pra trabalhar em cartório / Gabinete especial, telefone, escritório Engenheira, medicina, exame, laboratório

A filha do pobrezinho fica velha sem leitura / Quando aparece um emprego é na rua da amargura Pra jogar tambor de lixo no carro da prefeitura

O filho do homem rico só toma banho no chuveiro / Uma caixa de sabonete, dois, três perfumes estrangeiros Cada banho é um roupa, cada perfume é um cheiro

O filho do pobrezinho só se molha no açude / Não pode ver empregada que ele fé que nem lhe ajude E o pescoço e as costela tem quase um baú de grude

A filha do homem rico, se arranja um namorado / Ele vai pra casa dela num carro novo, zerado Pois é filha de doutor, de prefeito ou deputado

A filha do pobrezinho quando arranja um mané / Ela diz: "Meu pai é rico", e o povo sabe quem é É o que vende pipoca na porta do cabaré

A filha do rico vai fazer curso no Japão / Na Grécia, na Argentina, até Afeganistão Porque a filha de rico só viaja de avião

A filha do pobrezinho, no interior grosseiro / Passa quatro, cinco dias olhando o livro primeiro
Engasgada na fumaça do farol do candeeiro