sexta-feira, 8 de julho de 2011

Entrevista sobre pesquisa

Três professores frente a frente com o gravador. Nesta postagem, o Bomba – H tem a honra de trazer, para o seu conteúdo, uma entrevista feita por nós alunos aos professores: Álvaro Regiani, Juliano Pirajá e Marcelo Brito. Trata-se de uma entrevista sobre o tema pesquisa, ao longo dela o leitor poderá acompanhar respostas firmes, sérias e alguns momentos de humor.

Dessa forma o Bomba-H agradece aos professores, pois o blog ganha uma nova dimensão intelectual. Sem mais delongas, pois a entrevista é extensa deixo o leitor diante da postagem que talvez seja uma aula, em plena as férias, sobre o tema sobre-citado.


Qual a necessidade de preparar o aluno para lidar com a monografia ?

Juliano Pirajá: Em parte o curso é isso. O trabalho de monografia ele só vai ser bom se tiver uma boa escrita, boa orientação, boas fontes e dedicação. O curso é uma ferramenta, pois ninguém chega aqui na Universidade pronto, se deveria chegar com mais inquietações, mas tudo bem não está se chegando em nenhum lugar. Mais eu acho que o curso ele é o lugar por excelência.
Agora quanto às disciplinas, como se tem aproveitado esses conteúdos? O que está faltando nessas disciplinas? Eu sou muito critico em relação em como as coisas estão. Aula de Antiga, de Medieval, de Moderna eu acho que isso tem atrapalhado um pouco perseguir trabalhos melhores ao final do percurso. Essas repartições ainda segregam muitas possibilidades mais amplas de compreensão do objeto. Nisso eu acho que é uma falha, mas não é somente nossa do curso de História, mas como estamos falando do nosso curso então é uma falha nossa – da grade. Também acho que é muito difícil de mudar isso, as melhores universidades do país ainda estão prisioneiras dessa grade.
No mundo moderno, na velocidade em que as coisas se dinamizam, nas possibilidades de leitura que a gente tem no apertar de um clique, esses tipos de repartições têm prejudicado os bons trabalhos. Não tenho certeza, pois isso é uma opinião, mas o que penso é que se a gente tivesse uma formação mais plural, isso facilitaria bastante. Se tivessemos ainda mais possibilidades. Pensar, por exemplo, ao invés de História do Brasil, pensar aspectos, como a política brasileira em fim, outras divisões talvez dessa forma pudessemos ter melhores trabalhos.

Marcelo Brito: Não querendo fazer uma mea culpa para os professores, mas eu vejo que a figura do aluno em uma Universidade é central para a experiência do ensino e da pesquisa. Porque se até ali no ensino fundamental, no ensino médio a gente aceita um aluno que seja mais passivo ou puramente receptor do conhecimento, na Universidade é a hora que ele tem que se colocar como um sujeito na produção daquele conhecimento. Eu acho que a Universidade tem uma grande função social, mais importante até do que preparar um novo profissional para o mercado, que é auxiliar o aluno a se tornar um sujeito. E isso significa o quê? Eu acho que os alunos chegam do ensino médio ainda muito dentro dessa nossa cultura de massa, o que é natural. A função da Universidade é tirar esses acadêmicos dessa cultura de massa, mostrando que ela é relativa, que ela é uma construção, que podemos também produzir algo além dessa cultura de massa. Ao fazer isso, o aluno se torna um sujeito de fato. Recupera algumas reações genuínas, é capaz de relativizar a influência das demandas culturais sobre a personalidade. Quando um aluno torna-se um sujeito e consegue materializar esse processo de amadurecimento na pesquisa, os resultados são os melhores possíveis para a universidade e para a sociedade.

Álvaro: As vezes eu fico me perguntando: como é que as pessoas se acostumam sempre a produzir o mesmo? O Marcelo tocou no ponto que é essa produção em massa, que é a fabricação de sempre a mesma coisa. Diante disso então é que volta a culpa a ser colocada sobre os alunos. Pois tem que ser feitas novas perguntas, por isso que é necessário essa inquietação do aluno.


Como vocês vêem à pressão em produzir esse último trabalho acadêmico?

Marcelo Brito: Eu tenho acompanhado nesses dois últimos anos os trabalhos de conclusão de curso aqui na UEG, e vejo que a pressão pelo prazo é muito importante. Pois esse prazo gera uma pressão no aluno e ele acaba resolvendo os conflitos que surgem na realização da pesquisa, dessa forma chegando a algum lugar. Sem o prazo, a inércia acabaria vencendo. Eu torço para que o aluno chegue ao melhor lugar possível, que o aluno goste da experiência da pesquisa, que tenha prazer, e isso muitas vezes acontece. Essa pressão pela data, em que não há mais tempo a perder, isso portanto costuma ter um efeito persuasivo no sentindo de fazer o estudante chegar ao tema e realizar a pesquisa.

Juliano Pirajá: A pressão tem haver com o nosso fazer. É exigência nossa, pois a hora da monografia é a hora “H”. Eu também me pergunto sobre esses prazos, mas aqui pra nós, vocês têm um ano de preparação – projetando, pensando, falando só sobre isso e depois mais um ano com o acompanhamento de outro professor que vai cobrar outras coisas em cima disso. Então vocês têm dois anos de trabalho efetivo. Agora se é possível fazer uma monografia em dois anos? Dá pra fazer até duas, até três, quatro. O que é difícil nessa hora, em minha opinião, é que o aluno percebe que ali é ele quem avalia ele mesmo. As avaliações mudam, ele vai começar a "se sentir" quando for começar a escrever a primeira frase, no primeiro capítulo da sua boa idéia. Supondo ser um aluno que estudou, que trabalhou, na hora que ele sentar para fazer a monografia ele vai perceber na frente dele ele mesmo. Não mais uma pergunta, com o questionamento dirigido de um professor, não mais uma resenha e nem artigo com idéias subjetivamente impostas no processo de ensino-aprendizagem. Ele vai está frente a frente com o tema dele, com ele e com a maneira que ele vai querer dizer sobre aquilo. E ai meu amigo é onde a “porca torce o rabo.”
Quanto mais sério o pesquisador for mais doloroso é esse parto e isso é bom em certo sentindo. Não pode passar para os exageros, para as cobranças exageradas, sair rasgando tudo. Então eu acho que essa é a pressão mais difícil nessa hora, menos o prazo e mais o compromisso.



O que vocês diriam para àqueles acadêmicos que se encontram no inicio do quarto ano sem tema e sem inquietação?

Juliano Pirajá: Não existe tema que cai do céu. O que eu acho que acontece hoje em dia e que não deveria acontecer é que muitos chegam ao curso sem vontade de estar nele. Muitos se descobrem ao longo do curso e outros, na metade do curso, só querem os seus diplomas. Então para grande maioria desses que chegam ao quarto ano sem esse bichinho da inquietação, são os mesmos acadêmicos que se descobriram ao longo do curso e agora só querem concluir. Agora pode acontecer também de bons alunos – críticos, responsáveis – chegar ao último ano sem tema. Mas aí há uma diferença. Esse tipo de aluno que foi compromissado nos anos anteriores, ele chega com muitas idéias.
O que é engraçado é que a gente escuta nos corredores: “pô professor me empresta um livro ai para mim abrir meus horizontes.” E eu fico perguntando: “Livro de quê? De quem?” Eu acho que esse bichinho da inquietação ele não surge por acaso, ele depende da erudição, das leituras feitas durante o curso, das curiosidades. Então eu acho muito difícil para um aluno que tenha tido esses esforços que chegue ao quarto ano sem inquietação: ele chega com várias. Ao contrário, esses sem inquietação é um tristeza, mas a Universidade deve saber lidar com eles.

Marcelo Brito: Esse diagnóstico que o Juliano faz, reconhecendo dois tipos típicos de atitudes de alunos, é preciso. Realmente é isso que a gente percebe. Ao mesmo tempo em que chegam alunos transbordando idéias, o que num primeiro momento torna difícil chegar em um único tema, existem outros alunos que o curso parece que não fez tanto sentido, querem mais o diploma, tem aquela visão pragmática.


Álvaro: Ou o suicídio ou restabelecimento. Tirando os bons alunos como o Juliano citou tudo bem.
Eu acho que não deveria se formar tanto historiador, vejo como uma coisa muito supervalorizada e que realmente está faltando erudição. Você pergunta sobre os clássicos, ninguém leu, pergunta sobre historiografia brasileira, no qual a gente vive, ninguém leu. Mas ai os caras utilizam do velho jargão do culturalismo e do marxismo, lê algumas obras essenciais, mas não se aprofunda em nada. Então para esse tipo de pessoa: pegar um ônibus 06:30, almoçar meio dia, voltar pro trabalho, ligar a televisão e sonhar em consumir é a melhor coisa, mas esse lugar não é espaço da academia. Se a pessoa não se inquieta com as coisas sobre a vida ela pode pegar o ônibus todo o dia que não vai se incomodar. Mas na academia é o lugar para você se inquietar, perguntar sobre sua vida, se perguntar sobre seu presente, sobre seu passado, tentar projetar o futuro. Por isso eu acho que se você não tem uma inquietação no quarto ano ou no primeiro ano, suicídio é a melhor coisa. *O suicídio que eu falo não é a morte física é o suicídio acadêmico.


Qual o erro mais comum dos TCC’s em nossa Unidade?

Marcelo Brito: Nesses dois anos que estou à frente da disciplina Monografia II, percebi que existe uma séria dificuldade em relação ao momento da escrita da monografia. E esse é um problema grave. A escrita, na sua função mais básica, ela tem que se prestar como instrumento de comunicação pelo o qual o pesquisador transmite seus argumentos sobre o que foi encontrado na pesquisa. Já no sentindo mais amplo, a escrita é a própria narrativa histórica como parte do processo do conhecimento: na narrativa é que o sentido se constrói, por ela se relacionam as fontes, por ela se realiza o diálogo com os autores. Ou seja, o momento da narrativa histórica é fundamental na pesquisa e existe uma grande dificuldade em relação a esse momento na monografia em História. Na minha opinião, parte desse problema vem da nossa grade- horária: o curso oferece apenas uma disciplina de dois créditos que é Leitura e Produção de Textos, e isso é muito pouco para um curso que depende tanto da escrita.


Quais os temas que estão em falta e os temas que estejam na moda hoje para as pesquisas históricas?

Juliano Pirajá: Falta um trabalho, um clássico trabalho, sobre Getúlio Vargas, faz tempo que a gente não vê esse tipo de trabalho. Temas que eu acho que estão disponíveis, por exemplo, é a televisão menos ela em si, mais o produto que ela produz ou que ela produziu. Mas temos que entender que esse tema que estar “na moda” como aquilo que faz sentido hoje, que todo mundo está dialogando. Até porque não tem nada pior do que você está estudando o “umbigo de Adão” sozinho, é melhor você estudar um tema que tem dez pessoas estudando do que você estudar um tema em que o pesquisador está sozinho. E vejo também que falta um esforço no sentido de produção teórica, eu acho que a produção brasileira ainda está muito aquém do que pode produzir. Ainda vejo muita falta de audácia para dialogar teoricamente, escrever livros de teoria, pois são poucos os historiadores que escrevem sobre esse tema. Não sei se o mercado editorial evita publicar, que se diz respeito somente a historiadores, em contra partida a gente vê outros temas de história, percebe que o nosso passado tem sido revirado, tem sido publicado várias e várias edições sobre tudo e não estou me referindo ao mercado editorial de história como ruim, acho que está cada vez melhor e cada vez mais amplo.

Agora com relação aos temas mais pujantes. Eu diria que tem um jeito de fazer hoje, que parece está na moda. Na moda nesse sentido que já falei, para o pesquisador poder dialogar e que leve em consideração os desenhos daquilo do que vem se chamando, aqui no Brasil, de História Cultural. Isso está na moda, tem orientação disponível em diferentes universidades, são textos profundamente publicados tanto por editoras menores como maiores, se o pesquisador souber escrever fatalmente ele vai encontrar um caminho de publicação. Agora eu como professor sinto falta de temas como de teorias, historia social, acho que isso perdeu muito o fôlego, e vejo que a história do tempo presente está fervilhando.
Outra que vale dizer é que eu orientei na UEG de Formosa somente um tema sobre História Antiga. Não que a Grécia, que a Roma tenham perdido o sentido, que Egito tenha perdido o exotismo. Ainda o Egito continua exótico, ainda a Grécia é a infância da Europa, portanto a nossa, e Roma é um exemplo de império... Essas entidades, sobre o nosso passado, ainda está muito presente para o debate do historiador, ou seja, essas discussões são contemporâneas, mas não existe um trabalho que abrange a disciplina de História Antiga.

Álvaro: Se não quiser seguir esses temas que estão na moda vai fazer filosofia, sociologia, antropologia pegar outras linhas de pesquisas e ir à outras universidades. Uma coisa que eu acho é que os estudantes não deveriam ficar presos é pensar que a UEG - UnB. Está certo que é um bom caminho, um lugar que todos nós trilhamos, mas a questão é que existe mestrado em outras Universidades em outros países. Eu sei que a moda na UnB é “historia cultural”, agora se você pegar o universo da USP e da UNICAMP, o pesquisador vai encontrar outros ambientes por lá. Você tem outras possibilidades, o pesquisador faz uma pesquisa sobre quais os temas mais recorrentes em outras universidades, são outras linhas de pesquisas.


(...) O historiador consegue produzir uma monografia sem o auxilio das fontes, somente por leituras bibliográficas?

Juliano Pirajá: Eu diria que é possível fazer um trabalho de História. Desde que o pesquisador deixe claro que está fazendo uma historiografia. Ou seja, está vendo o seu trabalho com determinada escola, ou determinado número de pensadores, ou só um pensador especificamente. Mas em minha opinião eu acho ruim um trabalho sem fontes. Não que o trabalho de historiografia seja ruim pelo contrário, mas um trabalho historiográfico pressupõe que você trate suas leituras como fonte – que o pesquisador já tenha a fonte e ele deve questionar a maneira como aquele outro historiador chegou àquelas conclusões. Agora tratar um assunto diverso no passado ou presente, eu acho que é ruim um trabalho que não apresente fontes. Mesmo porque eu vejo que esse é o trabalho mais gostoso do historiador, as outras partes são bem trabalhosas como a narrativa, estruturação do texto a parte boa é o pesquisador se debruçar sob as fontes

Marcelo Brito: Dependendo da época e dependendo da temática, pode ser muito difícil o pesquisador ter acesso a fontes primárias. Por isso eu não invalido (...) um trabalho que priorize uma discussão bibliográfica sobre determinado tema. (...) Eu sinto que ainda existe na História – isso se tratando de uma opinião minha – a hegemonia do que chamo de “paradigma do detetive” – um bom historiador é aquele que consegue descobrir fontes desconhecidas. Esse é um paradigma já clássico. No entanto, eu também prezo muito uma outra opinião, uma outra concepção, que é o “paradigma do analista” – que é aquele historiador que consegue voltar às fontes já conhecidas e a partir de uma análise aprimorada retirar novos sentidos que ainda não estavam sendo abordados. Às vezes um aluno revisita uma fonte velha e conhecida e alcança sentidos incríveis, tanto sobre o passado que investiga como para o presente de onde fala.

Álvaro: Eu vejo que o problema quando o pesquisador vai tratar das fontes é o problema de erudição e também a ausência de ingenuidade. Por exemplo, se o pesquisador for a um arquivo como em Portugal, lá ele encontra nos documentos com “LX”. São vários documentos com essas letras LX, pois essa era a forma que os escritores dos documentos chamavam Lisboa. Nesse pequeno exemplo, podemos reparar que se o pesquisador estiver desprovido de erudição, de conseguir compreender a linguagem originária, ele consegue fazer uma leitura dessas fontes. Numa entrevista de Carlo Ginzburg ele diz que chegou a encontrar os documentos do Menocchio e ficou durante sete anos pensando em como se apropriar e utilizar daquelas fontes, para daí escrever o livro – O queijo e os vermes. Então a questão central em lidar com as fontes é a erudição. Além da descoberta o pesquisador deve entrar com sua hipótese, mas essa ancorada na erudição.

Juliano Pirajá: Nesse sentindo não sei muito bem se existe um trabalho sem fontes.

Marcelo Brito: Inclusive quando o pesquisador está trabalhando com algum autor, muito provavelmente esse autor já fez um trabalho com fontes.


A paixão do historiador sobre a leitura das fontes.
** O trabalho pelo o qual o professor Juliano se refere são leituras de algumas edições do jornal: Matutina Meiapontense, cobrado em História Regional pelo professor Fábio Santa Cruz.

Juliano Pirajá: Nesse exercício que o professor Fábio cobrou para o terceiro ano, por exemplo, quem não gostou é o suicídio acadêmico. Você pode não gostar do assunto tudo bem, cada um segue o seu caminho. Agora você não “se surpreender” com uma leitura de uma fonte de mais de 200 anos, aí o acadêmico tem que se perguntar que tipo de historiador ele quer ser. Eu acho que o historiador tem que se surpreender com esses tipos de fonte, falar: “olha que interessante essa frase, o que será que ele está querendo dizer? Quem será que é esse sujeito? Quem escreveu isso?”

Álvaro: Eu me lembro de uma experiência, tive que fazer uma linha de pesquisa para o professor, já falecido, José Ronaldo Teles aqui da UEG. Estávamos fazendo uma pesquisa aqui em Formosa no arquivo, mas havia em um calor bastante forte e tinha um casamento do lado, então era uma cena maluca. Só que de repente o professor começou a rir, eu perguntei para ele o que tinha visto e ele mandou eu lê, era muito difícil de entender, pois era um documento do século retrasado, mas dava para entender um trecho: “duas panelas de escravo.” Diante disso o professor achou todo um desdobramento e ele achou graça disso. Portanto, eu acho que se não tiver esse espanto, essa paixão o historiador perde o seu oficio.


Porque ninguém comenta sobre o PIBQ?

Álvaro: Primeiro é liberado para Anápolis e Goiânia e o que sobra eles dão para outras unidades. O que eu acho que falta aqui é uma força estudantil que exija essas questões. Nós somos a terceira maior Unidade em número de alunos e a gente não tem um PIBQ aqui em Formosa é de estranhar. Então aqui em nossa Universidade “se você não chorar, você não vai mamá.”

Juliano Pirajá: O problema existe. Nós somos, por volta de 28 mil alunos na UEG e a gente vê disponível a cada seleção o PIBQ que é via CNPQ, o PVQ que é voluntário e mais algumas bolsas da UEG. Esses juntos não dão um total de 300 bolsas. O que acontece é que há um processo de seleção e esse processo se dá de diferentes formas, o aluno e o professor são avaliados. Todos os professores de nossa Unidade, todos eles, estão livres para uma ou duas vezes por ano para propor um projeto de pesquisa. Ou seja, todos os professores podem associar alunos para esse tipo de pesquisa, seja para o programa voluntário ou para a bolsa. O programa voluntário geralmente, isso se o projeto atender os requisitos necessários será aprovado. Aqui em nossa Unidade eu nunca vi barrar uma pesquisa se quer, todas são livres como deve ser. Vamos ser avaliados por outro alguém que ira cobrar se a gente está escrevendo direito, sendo claro, sendo obvio. Agora para bolsas com remuneração a concorrência é maior e isso nos dois níveis tanto para os professores, quanto para os alunos. Agora quando ocorre essa junção de um professor já doutor e um aluno com histórico de boas notas (10), o projeto é praticamente aceito.
Voltando para a pergunta do porque que a gente não comenta isso aqui na UEG; primeiro porque não somos incentivados a falar sobre isso. Então muitos de nós professores estamos para contribuir em carga horária, agora isso pode mudar se houver mudanças nos modelos de avaliação, mas isso não depende exclusivamente da vontade de alunos e professores. Depende sim da vontade de alunos, de professores, de auxiliares administrativo, do estado e da direção da UEG para discutir isso com seriedade sobre essas bolsas. Agora se o aluno tem um projeto de pesquisa ele deve procurar um professor, agora se o professor vai trabalhar com ele no projeto de pesquisa é outra coisa. O professor não é obrigado a aceitar qualquer aluno e nem o aluno obrigado aceitar qualquer projeto vindo de algum professor; na relação boa entre professor e aluno eles podem se dialogar e procurar uma bolsa de pesquisa para ser remunerado, agora depende muito do aluno se manifestar. Tem que haver essa relação, a cobrança dos alunos sobre esse PIBQ, pois essa é a primeira conversa que estou tendo sobre pesquisa há dois anos na UEG. Eu tinha, mas quando eu organizava, por isso é necessário a manifestação do aluno.


Como o C.A pode agir ativamente para a reivindicação dessas pesquisas?

Álvaro: O centro acadêmico possibilita esse intermédio fundamental. Por exemplo, recepção dos alunos calouros na Universidade, é um problema grave porque se recepcionam eles com o trote. Qual a recepção, se vocês estivessem restituídos em uma organização estudantil, que seria ideal. Pegar todos os problemas da UEG, todas as soluções, todos os benefícios da Universidade e ir apresentando para os alunos desde o primeiro ano. Em forma de informativo explicar tudo o que compõe a Universidade, pois essa apresentação que você tem em qualquer Universidade. Isso não é um dever da instituição, falando do corpo docente ou do administrativo, mas uma apresentação própria dos alunos, então seria uma comunicação entre vocês.