quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Bomba retrô 2011
As postagens que marcaram o blog de História

Bons momentos fizeram parte deste ano de 2011 para o nosso Bomba-H (Seguidores de História). Temos a honra, por exemplo, em afirmar que chegamos a mais de 100 postagens produzidas durante três longos anos. Esse patamar atingido se deve as enriquecedoras postagens de diversos autores que este blog tem a honra de postá-las. Com essas publicações não apenas tornamos públicos nossos textos como buscamos tornar esse meio virtual como um “espaço de debates usado por nós para debater nossas dúvidas, publicar nossos textos e produzir diversas formas de pesquisas, a fim que possamos dialogar com a comunidade acadêmica e entre nós mesmo.” Esse trecho entre aspas foi escrito (com algumas alterações) por nosso professor Juliano Pirajá. Trata-se de um precioso momento, em que o Bomba-H pode se sentir conceituado e definido pelos olhares de um fundamental professor que sem dúvida tem influencia em uma boa parte de algumas postagens deste blog.

Este texto trata-se da primeira retrospectiva feita do Bomba-H. Portanto, minha escolha pode em alguns momentos parecer subjetiva já que foi feita apenas por mim, um dentre tantos outros que se responsabilizam por este blog. Tentando buscar o máximo de inserção jornalística possível, vamos aos destaques do ano de forma cronológica. Além do titulo da postagem, vou trazer também um trecho do texto que foi produzido.  

(os números de comentários foram fundamentais para determinar essas escolhas, mas não foi o único fator.)
Dúvida Cruel
“Em fim esse é o meu dilema tanto o curso de Historia na UEG quanto o curso de TI na IESGO tem seus lados bons e seus lados ruins. Gostaria das opiniões de todos com a seguinte pergunta: se fosse com você (o que decidiria?) qual instituição de ensino superior seria de sua escolha?
Uma entrevista com Patativa do Assaré.
“Ou seja, essa postagem nada mais é do que uma tentativa de explicar quem foi Antônio Gonçalves da Silva, utilizando para isso seus próprios versos retirados do livro Cante Lá Que Eu Canto Cá.
AGRADECIMENTO
“Gostaria de a priori agradecer a todos, que me apoiaram e estão dando a mim este voto de confiança. Pretendo representar a turma do 3ª ano de História, de forma responsável, dinâmica e democrática.
Um breve esboço sobre o feminino na sociedade colonial brasileira 
“Após essa dupla introdução, proponho agora envolver-me mais no recorte deste trabalho: A condição da mulher ao longo do período colonial sob a ótica barroca dos Sermões do padre Antônio Vieira, contando com o apoio do trabalho Historiográfico de Emanuel Araújo.”

Memórias da Segunda Guerra, com Theodore Van Kirk

“Eis um dos cavaleiros do apocalipse: um homem de oitenta e dois anos colhe peras no pequeno pomar que cultiva no jardim de casa, num subúrbio de São Francisco, Califórnia. Oferece-me a fruta. “É boa e doce”. Faz sol. O azul escancarado do céu só é maculado pelo rastro deixado por um avião a jato.

Reflexões: O assassinato de Osama Bin Laden 

“Los que se ocupan de estos temas conocen que, el 11 de septiembre de 2001, nuestro pueblo se solidarizó con el de Estados Unidos y brindó la modesta cooperación que en el campo de la salud podíamos ofrecer a las victimas del brutal atentado a las Torres Gemelas de Nueva York.”

Entrevista sobre pesquisa

“Três professores frente a frente com o gravador. Nesta postagem, o Bomba – H tem a honra de trazer, para o seu conteúdo, uma entrevista feita por nós alunos aos professores: Álvaro Regiani, Juliano Pirajá e Marcelo Brito.

Badaró e Bomba - H . A parceria que não podia faltar

“O boletim Badaró, assim como o blog da turma do terceiro ano: “Bomba-H”, é uma iniciativa digna de elogios, pois trata-se de um espaço em que nós acadêmicos e universitários do curso de História podemos disponibilizar artigos, textos e informações da “realidade” (entre aspas) que nos cerca.

Vídeo do Museu Couros de Formosa

“Pensando nas possibilidades que o mundo virtual nos oferece, o Bomba-H tem a honra de trazer aos nossos seguidores e leitores uma nova produção. Trata-se de um vídeo feito pelos administradores deste blogger, onde foi necessário um esforço significativo, embora possa não parecer, para torná-lo possível.

Bomba – H se pronuncia

“De volta ao palanque virtual, o Bomba – H não poderia retornar sem antes produzir o seu breve comentário sobre os acontecimentos envolvendo o aluno Lucas Alves e o professor do curso de história de Brasil II.”

Domínio: Bomba-H.com

“Agora quando for acessar o Bomba-H, não será mais necessário colocar o blogspot. Se você digitar diretamente Bomba-H.com chegará a nossa página.” 


Por fim desejamos a todos os leitores um FELIZ 2012 e vida longa ao Bomba-H. Esperamos, mas sem promessas de políticos, que o próximo ano seja ainda repleto de novas conquistas e principalmente que seja um ano inesquecível dos melhores motivos. Trata-se afinal de contas do ultimo ano nosso como turma e o destino deste blogger será traçado. Obrigado a todos e até 2012.


Antes de terminar, vocês viram o presente que o Bomba-H ganhou de Natal, um novo cabeçalho. Será que os leitores gostaram? Então deixem seus comentários 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A platéia e a isca

Na última semana estive pensando, juntamente com outros colegas, que tipo de conteúdo deveríamos disponibilizar ao leitor. Ao que parece – sob análise feita no decorrer de um panorama ao nosso blog – quanto mais polêmica for a postagem, maior é o número de comentários. Para ilustrar melhor essa percepção, um bom exemplo seria a postagem: Bomba-H se pronuncia, onde até o momento tivemos 15 comentários, sendo que a postagem posterior a essa tem apenas um comentário. A explicação para isso se deve ao valor que cada postagem possui em determinado número de pessoas. É mais atraente comentar o acontecimento polêmico  do que se pronunciar sobre a triste situação de nossa Universidade.   

De fato não há segredo algum nisso. Desde muito tempo existem formas que são utilizadas por meios de comunicação para atrair o maior número de pessoas possíveis. O termo sensacionalista é quando determinado acontecimento é explorado ao máximo por editoriais, tamanha é essa exploração que é retirado do acontecimento as maiores emoções imagináveis; e a subjetividade, que deveria ficar de fora de uma matéria jornalística séria, toma grandezas significativas. Portanto o sensacionalismo é uma forma não adequada de se atrair o público.  Outros que também tem suas formulas de conquista das massas são os tradicionais discursos políticos, onde se promete de tudo e para todos. Inclusive é comum em campanhas políticas se gastarem caminhões de dinheiro em busca da melhor imagem pública. Nesse assunto os profissionais de marketing são especialistas.

Salman Khan
Entre os professores a platéia é obviamente os alunos que estão ali por diferentes motivos. Um porque a mãe o obrigou, o outro porque tem consciência que a educação é algo positivo para ele, há também aqueles que estão ali para não reprovarem por faltas ou por para não perder o conteúdo e não da conta, mais tarde, de fazer a prova. Mas recentemente folheando uma revista semanal, da qual muitas vezes destinei minhas criticas neste blog, tive a oportunidade de ler uma matéria sobre dois professores que atraiam milhões de pessoas para suas aulas e palestras. Fiquei intrigado. Esses professores americanos utilizavam a reflexão de assuntos polêmicos para atrair seus públicos, e nada, além disso. Segundo informa a revista Veja (23 de novembro de 2011) suas “aulas na internet já receberam mais de 85 milhões de acessos,” sem a necessidade de utilizar “apetrechos nem invencionices” apenas sendo bons professores.

Michael Sandel
Os dois professores apresentado pela matéria são o matemático Salman Kahm e o filosofo Michael Sandel. O primeiro desafia sua turma com perguntas como: “Você torturaria um terrorista para tentar evitar uma explosão fatal em uma escola? E se a única maneira de pará-lo fosse torturando a filha dele, de 9 anos de idade?” O outro professor, da Universidade Harvard, Michael Sandel consegue provocar numa extensa platéia perguntas polêmicas mais reflexivas: “Se você tivesse de tirar a vida de uma pessoa para salvar a de outras cinco, o que faria? É justo inflar o preço da água após um desastre natural para aproveitar uma oportunidade de lucro?”

Trata-se de professores, que fazem parte de um grupo seleto, que conseguem tornar o conhecimento transmitido como um desafio a ser refletido pelos alunos. Embora seja assuntos complexos e polêmicos, cada um pode emitir sua opinião livremente e o papel do professor, nesse caso, serve apenas como provocador e mediador do debate. No fim da aula  os alunos não estão preocupado com a presença, mais convictos que suas opiniões sofreram “reviravoltas” em uma simples aula.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Humor com H. Grandes nomes do Humor

O que será que faz o humor? Já me fiz essa pergunta outras vezes, tive inclusive a oportunidade de dialogar sobre isso com alguns amigos, mas nunca obtive uma resposta satisfatória.  Acredito antes de qualquer coisa que isso seja uma arte. Arte dominada por poucos, mas por gênios. Também acredito que há uma diferença entre humor e piada. O primeiro se caracteriza mais pelo receptor, a platéia tem que sentir bem, não pode haver um mal-estar como ocorre em determinadas piadas, a partir disso há a necessidade do humorista ser inteiramente interpretativo. Isso não quer dizer que a piada não mereça interpretação, mas acho que ela é criada antes mesmo do comediante lidar com a sua platéia. A piada é posta a prova quando o emissor termina a sua pequena história, quando há no final um fator inusitado, também na piada podemos encontrar grandes gênios, como bom exemplo: Chico Anísio.

Na verdade, não sou especialista para determinar o que seja uma piada, um gênero de comedia, ou um humor. E conseguir responder quais são suas semelhanças e diferenças, acredito não ser uma tarefa simples para esta postagem. Quando reflito nesse debate – diferença e semelhanças, fico mais disposto ao senso-comum, pois para mim é tudo a mesma coisa. Mesmo não sabendo nada sobre esse assunto, gostaria de elencar alguns nomes como os tops dos humoristas. Embora, logo aviso que vou deixar bons nomes para trás acredito que esses respondem bem o que é ser genial na arte de fazer o outro rir.

Quando o assunto é humor o nome de maior destaque é de Charlie Chaplin. Além de ser considerado o maior humorista de todos os tempos, Chaplin também recebe méritos no quesito: desenvolvimento a técnicas do cinema. Numa resenha sobre a bibliografia de Chaplin, Martin Sieff escreve: "Chaplin não foi apenas 'grande', ele foi gigantesco. Em 1915, ele estourou um mundo dilacerado pela guerra trazendo o dom da comnédia, risos e alívio enquanto ele próprio estava se dividindo ao meio pela Primeira Guerra Mundial . Durante os próximos 25 anos, através da Grande Depressão e da ascensão de Hitler, ele permaneceu no emprego. Ele foi maior do que qualquer um."
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Ao grande publico infantil o ícone da diversão é Chaves. Também admirado por outras gerações, os personagens de maiores destaques de Roberto Gómez Bolaños estão na serie de televisão que é transmitida até hoje em TV aberta no Brasil – Chaves. Outro personagem famoso entre nós brasileiros é o Chapolin Colorado, além de ser o criador desses vários personagens, Bolaños era ator dos protagonistas de suas series criadas.
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Quem nunca ouviu falar no personagem Mr. Bean? Criado pelo ator britânico Rowan Atkinson, Mr.Bean parece não ter vindo desse planeta, "algumas de suas aberturas (de episódios), demonstram uma luz e depois ele, Mr. Bean caindo do nada". Embora, muitos outros comediantes utilizem várias frases para tentar buscar o humor, Mr. Bean se destaca por hoje conseguir utilizar uma técnica clássica da comedia, que seria fazer humor caricato, sem a utilização da sua voz. Mundialmente conhecido, Atkinson também chegou a produzir dois filmes com o seu principal personagem, ambos filmes foram sucesso de bilheteria. 
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Da direita para esquerda: Larry Fine, Curly Howard e Moe Howard; Os Três Patetas tiveram durante um grande período de tempo uma lista considerável de produções, sendo em curta-metragem ou filmes de longa duração. Entre os anos de 1922 a 1970 o trio teve outras variações de atores, mas foram os três da imagem que mais se destacaram. A característica principal do humor deles é conhecida como humor-pastelão, onde muitas vezes arrancava risadas da platéia . 
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Quem viveu no Brasil e teve contato com a sétima arte ou com a televisão durante o final do século XX, certamente conheceu o quarteto formado por Mussum, Didi, Dedé e Zacarias. Conhecido como Os Trapalhões o grupo foi formado na década de 60 e chegaram a trabalhar juntos em 23 filmes. Tamanho foi o sucesso e os números de fãs que acompanhavam o grupo, que até hoje sete filmes dos humoristas estão na lista dos dez mais visto da história do cinema brasileiro.  
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Chico Anysio é conhecido como o maior nome do humor brasileiro.  Revelou muitos outros humoristas no seu principal quadro: A escolinha do professor Raimundo. Além de ser um gênio do humor, Chico Anysio também é ator, escritor, compositor, pintor e dublador.  O professor Raimundo é apenas um dentre outros vários personagens. O maior destaque na carreira desse humorista são seus vários jargões que foram ganhando ênfase e se tornando frases populares.  _________________________________________________________

Ronald Golias marcou a televisão e o humor brasileiro. Seu principal personagem foi o aluno bem-humorado Pacífico. Golias tem como característica marcante em seu humor a sua constante performance caricata. Era comum a platéia sentir graça dele pelo simples fato de Golias entrar em cena. Suas principais participação foi ao lado dos amigos Manuel Soares de Nóbrega e Carlos Alberto de Nóbrega na conhecida e ainda transmitida Praça é Nossa.  Trata-se de um outro gênio que representa o bom-humor brasileiro, sem dúvida entra para os grandes humoristas pela facilidade que ele tinha em arrancar a risada da platéia. 


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Enquanto isso em Goiás...

MP pede a cabeça do reitor da UEG

O Ministério Público de Goiás enviou sexta-feira para o governador Marconi Perillo representação que requer o afastamento temporário do reitor da UEG, Luiz Antônio Arantes, com base em auditoria realizada pela Controladoria-Geral do Estado, que aponta 19 irregularidades supostamente cometidas pela atual gestão nos últimos dois anos. Entre elas, gastos com publicidade em ano eleitoral e acima do permitido, convênio irregular de R$ 10 milhões com a Funcer, falta ou irregularidades nas licitações e também na folha de pessoal, entre outros. O MP pede que seja nomeado um interventor na universidade para "apuração aprofundada dos fatos e apresentação de relatório completo dentro de 60 dias, prazo este que poderá ser estendido em caso de necessidade".

Releia o destaque na coluna Giro de 17 de setembro:

O Diário Oficial do Estado de terça-feira publicou decreto do governador Marconi Perillo (PSDB) com o novo estatuto da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Entre os 72 artigos, o de número 37 permite ao governador, diante de solicitação do Conselho Universitário ou de um membro do Ministério Público ou do Tribunal de Contas do Estado, determinar o afastamento da reitoria e nomear interventor pelo período de 60 dias ou mais. Antes, isto só era possível apenas via Conselho Universitário. O Ministério Público ou TCE pode solicitar a intervenção nos casos de "prática ou fortes indícios de irregularidades ou ilegalidade na administração da UEG". A Controladoria-Geral do Estado já apura suspeitas de irregularidades. Segundo fontes no Estado, a intervenção deve ocorrer assim que Marconi retornar de viagem ao exterior.

A intervenção na UEG não aconteceu logo depois da viagem ao exterior do governador, como fontes palacianas me informaram. Mas agora o Palácio das Esmeraldas tem o instrumento jurídico necessário para afastar o atual reitor, num enredo que tem sido escrito desde o início deste ano.

Escrito por Jarbas Rodrigues Jr.

O Bomba-H abre esse espaço para que o debate seja efetivado acerca das condições atuais da Universidade Estadual de Goiás.
Divirtam-se, saboreiem, se irritem, fiquem perplexos e, por fim, comentem.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Domínio: Bomba-H.com

Agora quando for acessar o Bomba-H, não será mais necessário colocar o blogspot. Se você digitar diretamente Bomba-H.com chegará a nossa página.  O domínio Bomba-h.com foi comprado por nós administradores. Mas para não perder acesso, durante um tempo o bomba-h poderá ser acessado utilizando o blogspot, ou seja, bomba-h.blogspot.com ainda estará ativado durante um período.

Muitos dizem que a compra de um domínio é fundamental para o desenvolvimento de determinada página no cyber-espaço.  Embora, o Bomba-H não goste de fazer promessas para não serem cumpridas, há intenções, entre nós administradores, para tornar cada vez mais o Bomba-H como uma página de muitas produções e novas propostas para torná-lo melhor aceito entre o publico que utiliza a internet.

Obrigado e não esqueça de nos visitar

domingo, 27 de novembro de 2011

Bomba – H se pronuncia

De volta ao palanque virtual, o Bomba – H não poderia retornar sem antes produzir o seu breve comentário sobre os acontecimentos envolvendo o aluno Lucas Alves e o professor do curso de história de Brasil II. Ambos os personagens tem ligações direta com este blog, sendo que o primeiro é administrador e autor do Bomba – H e o segundo teve sua gestão de coordenador desenvolvida tendo como participação alguns outros administradores deste blog. Aliás, antes de prosseguir, temos orgulho de elencar no currículo do Bomba-H a produção da pagina virtual do curso de História.

Feita a devida introdução vamos da continuidade. É nítido que os dois acontecimentos, embora tenham ocorrido num período relativamente curto entre um e outro, não representa o espaço democrático de uma Universidade como a UEG. Já que no próximo ano novos alunos adentraram na UEG de Formosa, há de se ficar claro que a postura dos alunos e o comportamento dos professores são inteiramente de respeito, de ética e amizade em ambas as partes.

Por ser um acontecimento de raridade na UEG, nada mais justo do que repudiar atitude dos envolvidos nos acontecimentos. Por parte do aluno a atitude irônica pareceu ser uma arma constrangedora ao extremo, por parte do professor as palavras pronunciadas não seguiam a lógica da reciprocidade. Muito embora a ironia ou a acusação tenham sido ações negativas, acredito particularmente, que o xingamento a terceiros íntimos não é um ato recíproco, isso se tratando de um exemplo que não foi medido com a balança da justiça da reciprocidade, apenas com o bom-senso opinativo.

O Bomba – H quer deixar claro que o nosso administrador Lucas Alves, o autor mais próximo dos leitores deste blog, passa a quilômetros de distância do que realmente aquelas palavras pronunciadas representam. Seja como aluno ou como cidadão podemos garantir, ao leitor do Bomba-H, que os administradores deste blog, embora possa cometer erros e provocar as inflamações dos ânimos, são pessoas comprometidas com o conhecimento e sabem perfeitamente de sua integridade como pessoa. Também há de se ressaltar que o Bomba - H não está promovendo o discurso maniqueísta, não há o lado certo ou o errado nesses acontecimentos, pois o Lucas errou, mas não sozinho.

Por parte da UEG creditamos a nossa diretora as providencias que serão tomadas como fundamentais na continuidade da democracia e da ordem em nossa Universidade. Não queremos acreditar, sob hipótese alguma, que nossa Unidade é uma terra sem lei. Pois, a Universidade deve ser um espaço de democracia por excelência, onde o livre debate, o respeito a dignidade e a liberdade de expressão devem ser mantidos e preservados sob qualquer circunstancia.


Victor Barbosa (administrador do Bomba-H)

sábado, 26 de novembro de 2011

Video do Museu Couros de Formosa


A internet proporciona ao internauta uma diversidade de conteúdo. Nela pode-se encontrar uma multiplicidade considerável de conhecimento. Tamanha é essa disponibilidade que muitas vezes o internauta deve saber filtrar o bom conhecimento e da produção descomprometida.

Quando se está diante de um debate sobre o mundo virtual, as tecnologias e suas conseqüências, surgem perguntas complexas e fundamentais para o futuro desse meio. Alguns dizem, por exemplo, que o jornalismo impresso tende a desaparecer por causa das tecnologias que vem surgindo. Outros dizem que a internet é a liberdade de expressão por excelência, onde desde um simples anônimo até uma grande empresa comunicativa pode utilizá-la para se comunicar a hora que quiser e como desejar. Também há aqueles que criticam a falta de uma legislação especifica para a internet, já que tantos crimes são cometidos utilizando esse meio como ferramenta faltaria algo que estabelecesse limites. Todos esses são debates extensos, mas que demonstra a importância significativa que a internet tem em nossa sociedade. Ora pelo simples fato de alguém está nesse momento lendo esta postagem, por si só já contextualiza a internet presente em nossas vidas. Aliás, por falar em vida, o Bomba-H somente existe por causa dela. 

Pensando nas possibilidades que o mundo virtual nos oferece, o Bomba-H tem a honra de trazer aos nossos seguidores e leitores uma nova produção. Trata-se de um vídeo feito pelos administradores deste blogger, onde foi necessário um esforço significativo, embora possa não parecer, para torná-lo possível. O vídeo foi apresentado para a disciplina da professora Izabel, num dia infeliz para nossa turma, onde apenas cinco pessoas se encontravam em sala para apreciar essa produção.  Embora nem tantas pessoas estivessem em sala de aula naquele dia, pois havia outro evento fora da UEG no mesmo horário de aula que foi transmitido o conteúdo, os criadores e produtores do vídeo resolveram disponibilizá-lo a todos que não tiveram a oportunidade de assisti-lo.

Além desse vídeo sobre o Museu Couros de Formosa, o internauta também poderá conferir a entrevista feita por nós a Ricardo Barcelos guia turístico do Museu. Quem preferir pode acessá-la utilizando o seguinte link:

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mal-estar: Estados Unidos vs. América Latina

O mal-estar presente nas relações entre os Estados Unidos e a América Latina deve ser visto, de forma geral, a partir de diversos fatores, não sendo isolado apenas para um país e em determinado período de tempo. Por isso a análise das estruturas de determinado acontecimento, como por exemplo: a Cuba sob o ideal socialista, reflete causas outras que estariam envolta do ocorrido. Como no exemplo sobre-citado a análise do contexto passa ainda ser fundamental, pois foi diante da presença na União Soviética em plena Guerra Fria e sob outras circunstancias que colocam em pauta “o choque de interesses nacionais” entre países latinos e os EUA, que pode-se perceber as transformações referente a Cuba.

Líderes como Fidel Castro e Che Guevara se argumentam na revolução. Fazendo criticas a oligarquia que governava Cuba e que atendiam os interesses “persuasivos” dos Estados Unidos, Fidel lança críticas afirmando os diversos problemas que tomavam conta de Cuba diante da presença de Batista. Embora os discursos de Fidel se aproxime aos idéias socialista, se percebe antes disso uma presença revolucionária prol nacionalista, mas tarde Cuba ganha esse caráter socialista devido as influencias e os ocorridos na Guerra Fria.
Portanto antes de Fidel Castro tomar o poder de Cuba, antes da Revolução Cubana acontecer, suas criticas e opiniões manifestavam o interesse de constituir um governo revolucionário que atendessem as demandas do país e da população. Diante do governo de Fulgêncio Batista, Fidel tenta lançar sua primeira revolta contra o poder oligarca, violento e corrupto que debruçava há anos entre os poderosos de Cuba. “A história política de Cuba na primeira metade do século XX pode ser resumida, a grosso modo, numa sucessão de governos oligárquicos, permeados por ditaduras e intervenções militares dos EUA.” Embora em sua primeira investida contra o governo Fidel Castro não tenha conquistado grandes feitos, pois acabou sendo reprimido e preso, ainda sim essa primeira tentativa merece os méritos, pois diante do apoio popular Batista teve que conceder anistia a Fidel Castro e seu irmão Raúl Castro. Nesse acontecimento se percebe a popularidade que começava a se mostrar perante a Fidel. A oligarquia que governava
 Durante um extenso período do século XX os governantes de Cuba atendiam a interesses americanos. O que melhor exemplifica tal situação de influencia americana em solo cubano foi a Emenda Platt que consistia em dar uma “virtual carta branca aos Estados Unidos para intervir, mesmo depois do fim de sua ocupação militar, em 1902.” O mito de uma América generosa, ou da moralidade, é bastante significativo perante as condições que os americanos se sentem ao intervir militarmente em determinado processo político de algum país latino-americano. Logicamente que esse sentimento é um ideal e não a única explicação para analisar o mal entendido entre Estados Unidos e América - latina, seria ignorante pensar que apenas o sentimento civilizador americano era o que importava, pois muitos outros interesses corporativos, imperialista e econômico devem ser colocados em questão. Isso pode ser visto diante da afirmativa de George Washington em afirmar os Estados Unidos como sendo “um império em ascensão”, mas também pode ser visto na Doutrina Monroe, onde é nítido o interesse americano em se afirmar como influente economicamente perante aos “inferiores” latinos americanos. Em relação a essa Doutrina de América para os americanos, o presidente Theodore Roosevelt afirmou ser uma “obrigação para com os povos que vivem no barbarismo fazer com sejam libertados de seus grilhões.” Esse mesmo presidente ainda faz outras referências, onde é nítido o mito da moralidade, como em afirmar que sem ajuda dos cubanos poderíamos derrotar os espanhóis com mais facilidade. “Este racismo era, à época, padrão para a maioria dos americanos que dedicavam alguma atenção à América Latina.”

Outro fator que rivaliza ainda mais a relação entre Estados Unidos e América Latina são os setores econômicos e os interesses políticos. Ora se o EUA surge como uma “importante potencia industrial,” os Estados Unidos passa a projetar interesses imperialistas em busca de “recursos naturais, abrangendo terras abundantes,” por outro lado a América Latina era uma fonte de exportação de matéria primas, por falta de recursos técnicos e de capital esses países acabam não conseguindo desenvolver indústrias capazes de competir com a americana e com as européias. O sentimento presente em alguns setores da política latino-americana, e mais tarde em praticamente todos os países latinos americanos será o interesse no nacionalismo. O que não era de agrado para os EUA que era uma potencia de exploração.

Em reação ao contexto de rivalidade que ocorria entre a “superioridade” Americana contra os “incivilizados latinos” se percebe o surgimento de “políticos e intelectuais latino-americanos pouco mais podiam fazer que contrapor à arrogante atitude americana sua própria crítica ´mordaz ao Norte, que viviam como materialista e oportunista.” Diante desse trecho se percebe que o anti-imperialismo e mais tarde anti-capitalismo de Fidel e portanto de Cuba contra os EUA se deve a um processo de mal-entendidos, sendo o que o socialismo se estabelece mediante ao ocorrido na Guerra Fria e sob influencia militar e política da potencia socialista da época: União Soviética. É interessante perceber que diante da Guerra Fria, onde o mundo esteve em constante alerta os interesses dos norte-americanos eram livrar qualquer país da influencia do socialismo, devido a isso muitas ditaduras ocorreram em países latino-americanos sobre estimulo americano. Seria melhor para os EUA uma ditadura militar do que uma ditadura socialista. Mas nem todos os países latinos americanos foram persuadidos pelos interesses dos EUA, pois com Fidel no poder e resistindo as investidas militares americanas – como exemplo a invasão Baía dos Porcos, Cuba passou a se tornar um país socialista e ainda hoje “continua um auto proclamador Estado socialista, dedicada a uma política de confrontação com os Estados Unidos.” Do outro lado ainda os EUA se mostra com o interesse em derrubar o governo de Fidel Castro, demonstrando com isso que ambos os países ainda continuam diante de tensões internacionais.

Para muitos historiadores a maior tensão ocorrida diante da rivalidade entre Cuba vs. EUA ou Socialismo vs. Capitalismo, ocorreu 1962 com a Crise dos mísseis. Esse acontecimento caracteriza a Cuba do lado do bloco socialista, pois depois da investida americana na Baía dos Porcos, Fidel toma posição e se reuni com presidente soviético Nikita Kruschev, concretizando assim uma base militar no território cubano que apontava mísseis termo-nucleares para os EUA. O mundo estava diante da pior tensão da Guerra Fria, pois para o lado Soviético havia uma base americana na Turquia e para o Americano uma base soviética em Cuba o resultado foi intensas negociações onde ambos os países tiveram que desativar suas bases militares.

Portanto o dilema e os mal-entendidos ocorridos entre Cuba e EUA estão dispostos diante de outros acontecimentos, diante de uma análise que não deve apenas se importar com o acontecimento em si, mas a analise de suas estruturas, as investigações por de trás dos fatos. A hegemonia americana posta em debate tendo por referencia Cuba, ou os países americanos, pode ser vista de diversas formas, por diversos interesses, seja: ideológico, político, social e econômico. Trata-se de um tema que coloca em cenário um país contemporâneo e imperialista, em contra partida de uma luta que se mostrou primeiramente localizada, mas diante dos acontecimentos e diante das mudanças esses conflitos se tornam processual e vão ganhando novas conotações diante ao mundo que se encontrava em tensões.

"Salvo umas poucas indústrias alimentícias, madeireiras e têxteis, Cuba continua sendo uma feitoria produtora de matérias-primas. Exporta-se açúcar para importar caramelo, exporta-se couro para importar sapatos, exporta-se ferro para importar arados...”

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

História da América Latina:
Populismo, nacionalismo e desenvolvimentismo

O processo de independência e a intitulação dos países latino-americanos como nações ocasionou no contexto político, social e cultural dos mesmos uma série de novas perspectivas, despertando e colocando em discussão um apanhado de questões voltadas para construção de uma identidade nativa e nacional. “Quatro séculos de transculturação- o processo de trocas culturais- deram origem a uma profusão de diferenças no discurso, nos costumes, nas atitudes. Entrelaçado ao processo de transculturação, o processo de mistura de raças criara populações nacionais igualmente singulares.”

A constituição de um nacionalismo singular no seio dos países latino-americanos caminha paralelamente ao desenvolvimento político e econômico dos mesmos, sendo importante ressaltar que a áurea para a implantação de uma identidade singular e nacionalista se embasava na idéia de que os latino-americanos eram um resultado concreto de uma mistura de raças, provenientes do contato direto entre europeus, indígenas e africanos, ao passo que qualquer singularidade nacional que se levantasse na América Latina carregaria um caráter hibrido na sua composição.

No Uruguai, podemos observar que o nacionalismo se constituiu através da influência e representação da figura de José Batlle y Ordonez, líder populista e presidente do país de 1903 a 1915. Através de uma política expansionista e de modernização econômica que se embasou principalmente no preceito de planejar o estado contra o “imperialismo econômico estrangeiro” , o Batllismo se destacou por influir no contexto político uruguaio um nacionalismo cívico e econômico, conquistando um apoio contínuo das classes trabalhadoras e médias, demonstrando uma preocupação considerável com as camadas populares promovendo melhorias nas condições de trabalho, educação, infra-estrutura e nos demais seguimentos sociais. No âmbito econômico, o governo uruguaio instalou um programa de envolvimento total na economia, estatizando as principais indústrias e ferramentas estruturais (bancos, ferrovias, portos, frigoríficos) e mantendo sobre controle todo o monopólio de exportações comerciais. Batlle transformou o Uruguai em um estado de constante processo de modernização alinhado a uma corrente de identidade nacional, despertando nos uruguaios um sentimento totalmente nativista e local, excluindo as influências externas e colonialistas que preponderavam.

Na Argentina, outro líder populista se levantou contra as oligarquias de proprietários rurais que dominavam o país através de uma eleição, colocando em prática um regime político mais democrático e voltado para a causa nacionalista. Hipólito Yrigoyen governou a Argentina por dois mandatos, de 1916 a 1922 e de 1928 a 1930, apoiado sempre pela União Cívica Radical que era formada pela classe média e classe trabalhadora, se transformando posteriormente no “primeiro partido político de massa da história da América Latina.”

Em contraposto ao Uruguai, a política reformista nacionalista argentina no patamar econômico não foi tão intensa quanto à uruguaia, sendo que o papel e a influência estrangeira dentro da Argentina continuaram intactos. No parâmetro político e social, houve sim mudanças bastante gradativas, principalmente através da representação da figura do presidente Yrigoyen, que devido aos seus altos índices de popularidade se apresentava como um integrante do povo, adotando uma postura de reformas políticas voltadas para as limitações sociais.

Nos governos de Juan Perón, de 1946 a 1955 e posteriormente de 1973 a 1974, a causa nacionalista se fortificou, sendo que Perón se amparava no apoio recebido da Igreja Católica, do exército e do movimento sindical. Seu governo se destacou por promover a centralização do poder nas mãos do estado, garantindo também melhorias para a classe operária e as classes mais desfavorecidas, podendo seu governo ser encarado como detentor de um caráter paternalista e extremamente autoritário, mas idolatrado pelo povo.

Os conceitos de nacionalismo, populismo e desenvolvimentismo interpretados na Argentina ou Uruguai ou em qualquer um dos países latino americanos, estão diretamente interligados. As vertentes de uma cultura extremamente nacionalista se constituem a parti do pressuposto que o populismo e o desenvolvimentismo são as colunas para a construção de um estado nacionalista, ou em outras palavras, o povo e o progresso e que originam uma identidade nacional. A industrialização, a assimilação dos imigrantes dentro do estado como nação, à construção geográfica e ideológica pós independência, o surgimento de líderes carismáticos a nível nacional dentre outros são fatores que podem ser embasados dentro desses três conceitos. O povo, o desenvolvimento e o espírito nacional singular estão entrelaçados numa espécie de cadeia alimentar, de forma que um se posiciona como válvula de escape para o funcionamento do outro.

 
LEONARDO REIS VALADARES
(seja bem-vindo)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O caso da publicidade Hope
Qual o limite da liberdade publicitária?

Hpé

O caso é o seguinte: a propaganda que pode ser vista no vídeo acima, tem trazido já alguns dias debates sobre a liberdade da mídia brasileira. A campanha feita pela marca de lingerie Hope, traz em vários vídeos a modelo brasileira Gisele Bündchen ensinando as formas corretas de contar uma noticia ruim para o marido. Sendo que a forma correta, indicada pelo comercial é quando a modelo a parece somente de roupas intimas. Diante de tal situação A Secretaria – da Presidência da Republica – de Políticas para Mulheres (SPM) discordou do conteúdo transmitido pela propaganda, afirmando que tal publicidade, “promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grandes avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas.”

Alguns têm chamado essa posição do governo como moralismo político, outros dizem que é resquícios do governo Lula que “sempre teve as pretensões de censurar a imprensa e a mídia,” outros afirmam se trata apenas de um comercial entre tantos outros com conteúdos parecidos. Entre esses comentários, gostaria de estabelecer outros sobre o mesmo assunto. Antes de tudo devemos considerar que esse debate sobre as conseqüências causadas pela publicidade da Hope, embora possa parecer trivial, é um debate que busca alcançar outros assuntos teóricos que contextualiza o estudo da mídia.

A mídia tem um importante papel na sociedade, ou deveria ter. Ela está presente em nosso dia-a-dia, promove representações e discursos, trata-se do quarto poder como alguns teóricos gostam de afirmar. "Nosso mídia é onipresente, diária, uma dimensão essencial de nossa experiência contemporânea. É impossível escapar à presença, à representação da mídia." (Silverstone, 1999)  Nesse sentindo, embora possa parecer utópico cabe a mídia de forma geral ter um papel com a sociedade, ter uma função em orientar os discursos da sociedade até a própria ética social deve ser influenciada pela mídia. A propaganda da marca Hope, como em muitas outras publicidades, utiliza do instrumento da brincadeira, onde impera o faz de conta, saímos da seriedade para nos aproximar de uma realidade outra. No entanto essa brincadeira, como em qualquer outra, deve ter seu começo, meio e fim. Deve ter como seu limite a vida real, a seriedade. Por isso a pergunta: qual seria o fim das brincadeiras publicitárias?

Ao que parece não há um fim nelas, pois logo depois estamos diante de outra campanha publicitária brincalhona. O fim dessas brincadeiras, presente na publicidade da Hope, é quando entra em cena a seriedade, o mundo real, quanto Willian Bonner ler uma notícia dizendo que o número de violência entre as mulheres tem aumentado. Diante dos fatos onde entra o papel importante da mídia em conscientizar a sociedade? Nessas publicidades o papel da mídia está em apenas vender o produto. Espera-se que o público se sinta a vontade com aquela campanha e se sinta identificado com o que é mostrado.


Enquanto isso as tentativas do governo em limitar esses discursos da publicidade, deverá ser uma reflexão de cada pessoa que está diante dessa postagem. Mas em relação a esse assunto A Secretária de Política para Mulheres tem se sustentado suas criticas baseado nos seguintes artigos presentes no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária:


Artigo 19

Toda atividade publicitária deve caracterizar-se pelo respeito à dignidade da pessoa humana, à intimidade, ao interesse social, às instituições e símbolos nacionais, às autoridades constituídas e ao núcleo familiar;

Artigo 20

Nenhum anúncio deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discriminação racial, social, política, religiosa ou de nacionalidade;

Artigo 21

Os anúncios não devem conter nada que possa induzir a atividades criminosas ou ilegais – ou que pareça favorecer, enaltecer ou estimular tais atividades;

Artigo 30 – A Medida Liminar é cabível quando:

(...)

II – A infração ética configurar flagrante abuso da liberdade de expressão comercial, ou provocar clamor social capaz de desabonar a ética da atividade publicitária, ou possa implicar grave risco ou prejuízo do consumidor

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Humor com H de luto. José Vasconcelos



Os Lusíadas por representantes das nações

As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a forma humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto subliminaram;

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mais de 100 visitas por dia

Compartilho com vocês leitores e visitantes do Bomba-H que já algum tempo o blog vem recebendo mais de 100 visitas diárias. No roda pé, da nossa página eletrônica, o visitante pode encontrar as postagens mais lidas e mais procuradas pelos internautas. Além dessas cinco mais lidas, outras postagens estão em constante evolução nos seus números estatísticos e logo estarão entre as primeiras, como é o caso das seguintes postagens:


Identidade brasileira: a formação de uma nação sócio-cultural (Denise da Silva)

AMÉRICA INDÍGENA: Mortal Combate (Joaquim Teles)

Um breve esboço sobre o feminino na sociedade colonial brasileira (Lucas Alves)

Terra Brasilis: a formação e as heranças do povo brasileiro (Dayane Evelyn)

Badaró e Bomba – H. A parceria que não podia faltar

Portanto agradecemos a todos visitantes e continuem acessando o Bomba-H. Pois temos o prazer de trazer para o nosso conteúdo textos carregado do espírito reflexivo de universitários. Embora em alguns momentos o Bomba – H se vê no deserto de produções (parafraseando meu amigo Fernando), ainda sim muitos são os textos que já foram feitos e podem ser lidos por todos que acessam o blog da turma do terceiro ano.

Os primeiros relatos do Brasil

O relato do novo mundo por grande momento é feito apenas por um lado da história. Com isso podemos ressaltar, os primeiros parágrafos do livro Enterrem Meu Coração na Curva do Rio que traz a imagem de filmes de faroeste. Um bando de índio atacando os moçinho que por meio de um “milagre” consegue se salvar, derrotando assim vários peles vermelhas. Dessa forma percebemos que os relatos feitos por viajantes, ou moçinhos, são colocados em uma percepção típica européia. Ou seja, são relatos influenciados por sua cultura européia e pensamento cristão e que pouco se preocupava com o outro lado da história. Portanto o autor Dee Brown buscou em sua obra entender o outro lado dessa história: “A tal gente (pintada) que os atacavam (brancos) é um povo ativo, nobre, com culturas e costumes próprios.”


A carta de
Pero Vaz de Caminnha

Diante disso podemos ressaltar relatos que nos traz uma visão européia acerca do mundo novo. Cristovão Colombo, Cabeza de Vaca, Todorov, Josefina são vários autores que relatam o encontro com o outro. Raro são eles, do inicio, sobre a checada dos portugueses em terras que mais tarde seria o Brasil, pode-se ainda assim, destacar quatro relatos que para muitos historiadores, em diversos artigos e livros, tornou-se a certidão de nascimento do Brasil. A Carta de Pero Vaz de Caminha, junto com a Relação do Piloto Anônimo, a Carta do Mestre João Faras e a Certidão de Valentim Fernandes são quatro importantes relatos que nos remete ao encontro do português com os nativos e também das terras que mais tarde será o Brasil.

É comum ouvirmos a palavra bárbara, em diversos momentos da história. Desde as épocas remotas a palavra sugere uma visão influênciada sobre outros povos. Isso ocorreu com Grécia, Roma, Europa e por fim o mundo novo America.

Em vista do encontro entre o português (europeu) e os índios, Pero Vaz de Caminha cita a seguinte passagem. “Ali por então não houve mais fala ou entendimento com eles, por a barbaria deles ser tamanha, que se não entendia nem ouvia ninguém.” A própria criação da palavra bárbara está descrito, pela falta de compreensão da linguagem entre um povo, que se dizem civilizados, a outros, incivilizados. Ou como ressalta Ronald Raminelli, em Eva Tupinambá, “o desconhecimento da palavra revelada, da organização estatal e da escrita foram vistos como marca de barbárie e primitivo.” Por tanto, Vaz de Caminha faz referencia aquele povo como bárbaros que pouco entende a cultura e o linguajar europeu/português. Percebe-se que diante da forte presença cristã, havia ainda uma “preocupação” (entre aspas) dos portugueses com os índios. De forma evidente, a carta traz em seus últimos parágrafos que “o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente.”

Alem dessa preocupação em converter aquela gente a salvação, a carta também faz menção a terra fértil e a suposta presença de ouro e prata, que mais tarde Vaz Caminha diz não ter tanta certeza, já que os próprios índios fizeram gesto que levou os portugueses terem essa compreensão. Mais tarde sabemos que a crença de ouro e prata era mais uma ambição do que realidade. No capitulo O mundo sem mal , do livro Visão do Paraíso – Sergio Buarque, o autor faz uma pergunta logo no primeiro parágrafo, e relata que os cronistas lusitanos relatavam, que a suposta longevidades dos índios, sem nenhum mal com doenças ou coisas do tipo se dava por fatores como: “bons céus, bons ares, boas águas de que desfrutavam eles (indígenas).” Essa passagem do livro se relaciona de forma evidente ao que Vaz de Caminha também relata. “Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.” Portanto a presença da natureza esplêndida e o meio físico era por muitas vezes ressaltado pelos europeus diante da América.

As descrições físicas dos índios e do meio são outros pontos de destaque na carta. Por muitas vezes o autor se sente constrangido perante em não entender o novo. Tanto que de inicio na carta, Vaz de Caminha faz questão de afirmar de sua ignorância perante aquilo que viu e deve descrever.

Mapa Altas Miller
 Lopo Homem e Pedro Reinel
 O encontro do português, relatado, com o outro se assemelha a diversos outros relatos entre europeu e mundo novo. As fontes vêm por vezes com diversas contradições, mais quase sempre aparecem com um forte imaginário, preconceito existente, influencia cristã, entre outras coisas também conseguimos perceber a estratégia existente na conquista entre europeu e índio. Fugindo por alguns instantes do tema central, percebemos a grande diferença em se lê os relatos de Josefina de Coll, em Resistência Indígena, onde o titulo falar por si só, e lê Cristovão Colombo chamando os índios de povo afáveis e amáveis. Lógico que trata-se de condições e contextos diferentes, mas ainda sim fica-se claro a quebra do imaginário que os índios aceitariam o europeu com livre e espontânea vontade.

Retornando ao tema central, percebemos que dentre as três principais fontes do “achamento” do Brasil, a Carta de Pero Vaz de Caminha faz nos compreender que o contato dos navegantes lusos com os indígenas, não é tratado de forma agressiva. “Ali acudiram logo obra de duzentos homens, todos nus, e com arcos e setas nas mãos. Aqueles que nós levávamos acenaram-lhes que se afastassem e pousassem os arcos; e eles os pousaram, mas não se afastaram muito.” Apesar da diferença cultural – evidente quando os índios estranham animais trazidos nas embarcações – e a diferença no linguajar, a carta nos revela uma forma mais cordial entre portugueses e indígenas, sem perder do ponto de vista os preconceitos e interesse dos europeus na terra.

As três fontes, por assim dizer são todas importantes para a historiografia tanto portuguesa, quanto brasileira. Por muitas vezes os relatos, etnocêntrico se assemelha bastante a um diário, escrito pelos próprios escrivães, sobreviventes ou pilotos. Dentre o ultimo percebemos o relato mais técnico. Fica-se singular a carta de Vaz de Caminha, por apresentar diversos aspectos que nos remetem a precisão, seja geográfica ou cultural, da fonte. A leitura dos três relatos são informativos, como o próprio nome sugere são fontes históricas por natureza. No entanto apenas nos remete a um contexto superficial do que realmente seria o outro, trata-se de uma visão do outro (europeu) sobre os outros (indígenas).

O último suspiro - Rodolfo Amoedo

“A tendência ao realismo português, em contraposição ao imaginativo espanhol, permitiu a famosa boutade: retire-se tudo que há de grandioso num espanhol e resultará daí um português.” Fortemente ligada ao imaginário fantasioso, muitos relatos do novo mundo é trazido de forma extraordinária. Por sua vez o português Pero Vaz de Caminha tenta focalizar-se mais ao encontro, apesar de toda postura européia – desde chamar o outro de bárbaro até comparar as índias com mulheres portuguesas. Portanto percebemos diante dos três principais relatos, que marcam o descobrimento do Brasil, fatores mais relacionados ao mundo racional, objetivo e burocrata. Sem as fantasias e o mundo imaginário criado em outros relatos, muitos deles pelos espanhóis apesar de ficar claro que também os portugueses possuíam seus imaginários em relação ao tempo de grandes navegações. Sergio Buarque e Gilberto Freyre são dois intelectuais que buscam caracterizar a figura do colonizador português. Em comparação com inglês e espanhol Freyre cita que o português “assemelhava-se em uns pontos a do inglês; em outros do espanhol. Um espanhol sem flama guerreira nem ortodoxia dramática do conquistador do México e do Peru; um inglês sem as linhas puritanas.” Vale ressaltar que tanto Gilberto Freyre quanto Sergio Buarque tem certa aversão a forma pela qual o Brasil foi colonizado. Tanto um quanto o outro, ligam o estagio atual, de quando fizeram a obra (Brasil atrasado), ao passado do Brasil explorado.


Um relato bastante técnico do Mestre João, ou como ele se autodenomina “do criado de Vossa Alteza e vosso leal servidor”, traz como destaque o seguinte trecho: “Quanto, Senhor, ao sítio desta terra, mande Vossa Alteza trazer um mapa-múndi que tem Pero Vaz Bisagudo e por aí poderá ver Vossa Alteza o sítio desta terra; mas aquele mapa-múndi não certifica se esta terra é habitada ou não; é mapa dos antigos e ali achará Vossa Alteza escrita também a Mina.” Diante disso, percebemos que a chegada do português nessa terra, não foi um acaso como se pensa em descobrimento do Brasil. A presença de um mapa-múndi que especifica essa terra, faz nos remeter que o “achamento” do Brasil foi um fato predestinado pelos portugueses. Outro fator que merece destaque na carta do mestre João é por se tratar do primeiro documento conhecido que descreveu a constelação do Cruzeiro do Sul e as estrelas próximas ao pólo Sul. Chama-se atenção essa referencia que o autor do documento da sobre a astronomia, isso porque evidentemente o autor fosse um estudioso de astronomia alem de ser físico.


O primeiro encontro
Oscar Pereira da Silva

Analise de documentos históricos, a cerca do descobrimento e contato com o outro, não poderia desconsiderar o gênero literário característico dessa época, a literatura de viagem e relatos de naufrágios. A característica singular, quase como um diário de quem escreve, onde se expressa detalhes e informações muitas vezes influenciados pelos suas próprios ideais – quase sempre cristão – e a tentativa de se expressar o fato tal como ele ocorreu são fatores desse tipo de gênero. A carta de Pero Vaz de Caminha se insere nesse estilo literário, pois possui características desse tipo de narrativa. A busca de relatar a fauna e flora da nova terra, o sentido universalista que compara o outro com o europeu, o caráter singular da carta, ao estilo de diário de bordo, e as informações que a carta revela são fatores que nos remete a esse estilo literário. Ao relatar o desaparecimento da nau de Vasco de Ataide, podemos perceber um principio do estilo do relato de naufrágios. Percebemos uma característica dramática quando Vaz de Caminha faz referencia ao desaparecimento da nau. “Na noite seguinte, segunda-feira, ao amanhecer, se perdeu da frota Vasco de Ataíde com sua nau, sem haver tempo forte nem contrário para que tal acontecesse. Fez o capitão suas diligências para o achar, a uma e outra parte, mas não apareceu mais!”

A principio qual seria o principal interesse dos portugueses pela nova terra? A verdadeira intenção de Pedro Álvares Cabral era a chegada na Índia, pois oferecia a Portugal melhores valores de produto, “como as especiarias, os metais preciosos e uma riquíssima rede comercial já estabelecida.” Portugal queria chegar à Índia para concretizar o comercio português naquela região. O documento que torna possível a resposta para essa pergunta pode está no Relato do Piloto Anônimo. Nessa fonte, de autor desconhecido, temos percepções que abordam a viagem de Cabral como um todo e não especificamente a terra dos tupiniquins. Passagens como: “Nessa terra não vimos ferro; faltam-lhes também outros metais. Cortam a madeira com pedras” nos faz entender que o encontro com a nova terra não foi algo extraordinário. O relato faz, também, referencias que assemelha a carta de Pero Vaz de Caminha. Vale destacar que nesse relato temos a citação do nome do capitão que conduzia à armada com 13 navios . Tanto a carta de Pero Vaz de Caminha, quanto à do Mestre João são relatos que faz por diversas vezes referencia ao capitão, porem nunca sendo citado o nome. Somente nessa O Piloto, português, anônimo lembra o nome do capitão; que é o tão famoso, em livros didáticos, Pedro Álvares Cabral.
 
Outro importante documento para a história do Brasil é a chamada Certidão de Valentim Fernandes. Tal como a carta de Pero Vaz de Caminha, esse ato de Fernandes também se refere ao outro indígena sobre o olha europeu. Na fonte de Valentim traz como diversos aspectos, fatores como: o canibalismo – “como carnes assadas ou cozidas (...) e ainda humanas, dos inimigos...” – o pau-brasil e dá, ainda um maior, destaque entre a falta de fé desses povos indígenas... é citado todo um parágrafo sobre isso: "Os habitantes não tem fé nem religião ou idolatria e nenhum outro conhecimento do seu Criador; nem se sujeitam a leis nem a algum domínio, a não ser ao conselho dos velhos.” Vale ressaltar que não somente o descobrimento mais também a primeira expedição é citada na certidão de Valentim Fernandes. O documento também, muito, se assemelha de Pero Vaz de Caminha, por vezes aparece referencia física dos índios e também da natureza da nova terra.

E por fim a Carta do jovem das Caravelas, de autoria também desconhecida. Nessa pequena fonte poucas coisas novas, em relação às outras fontes, têm. É apenas mais uma fonte, curta, que faz referencia direta a viagem de Cabral para a descoberta de novas terras. “Na oitava da Páscoa seguinte, chegou a uma terra novamente descoberta, a qual pôs o nome de Santa Cruz.” Novamente, nessa fonte, os índios são colocados como seres pacíficos e inocentes e que merecem salvação.


sábado, 10 de setembro de 2011

Badaró e Bomba - H
A parceria que não podia faltar

O boletim Badaró, assim como o blog da turma do terceiro ano: “Bomba-H”, é uma iniciativa digna de elogios, pois trata-se de um espaço em que nós acadêmicos e universitários do curso de História podemos disponibilizar artigos, textos e informações da “realidade” (entre aspas) que nos cerca.

No entanto o Badaró até a sua terceira edição não tinha a pretensão de ser publicado também na internet. Mas essa perspectiva começou a ganha ênfase quando a terceira edição foi publicada e distribuída, pois tamanha foi a distribuição que muitos acadêmicos, inclusive nós editores, ficaram sem seu exemplar. Portanto começamos a nos indagar: porque não tornar o Badaró também visível ao publico virtual? Afinal de contas todos poderiam ter acesso e além disso nós editores do Badaró e, os mesmos, responsáveis pelo Bomba – H queremos que esses textos produzidos estejam disponíveis também ao publico fora de nossa Unidade acadêmica de Formosa. Portanto, apresentamos o boletim opinativo e informativo Badaró que é produzido por alguns alunos do terceiro ano atual de 2011.

A seguir você poderá conferir a terceira edição do Badaró, cujo o tema é transparência. Conforme novas publicações, também iremos disponibilizá-lo no Bomba-H. E lembre-se qualquer sugestão ou critica deixe seu comentário ou envie o seu e-mail para: seguidores.historia@gmail.com

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Brasil: três tenores



Abre a cortina do passado

Tira a mãe preta do cerrado

Bota o rei congo no congado

Canta de novo o trovador

A merencória à luz da lua

Toda canção do seu amor

Quero ver essa dona caminhando

Pelos salões arrastando

O seu vestido rendado...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Considerações sobre:
Paraguai e Uruguai de 1870 a 1930

Paraguai e Uruguai são dois países da região platina marcados por diversos conflitos. Tanto no campo político-partidário quanto cívico entre outros. Estes sofreriam entre o final do século XIX e início do século XX diversas transformações. Desde o conflito bélico da Guerra do Paraguai e suas conseqüências, a intromissão brasileira e argentina em assuntos internos, períodos de estabilidade político, relativo crescimento econômico, dependência do capital estrangeiro até os reflexos da Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão.

As disputas por supremacia – Brasil e Argentina – na região impactaram diretamente nos respectivos países. O império brasileiro, consideravelmente estável após o fim das revoltas internas, vislumbra aumentar sua influência. Inclusive por intervenções. Feito a ofensiva contra Oribe e Rosas. A Argentina, liderada por Juan Manuel Rosas, se colocava, também, com intentos intervencionistas. Manuel Oribe, ministro da guerra Uruguai, pretendia a manutenção de um aliado no governo para consolidar a supremacia argentina na região do Prata. Tais ações desaqueciam os anseios brasileiros. O Brasil se aliou aos opositores nos dois países para derrubar o ditador argentino em 1852.


Após a matança sem precedentes da Guerra da Tríplice Aliança os aliados Brasil e Argentina retomariam certas rivalidades. A mais prejudicada, a República paraguaia, jamais se recuperaria do desastre militar de decorrências catastróficas: sua população masculina foi praticamente dizimada e metade de seus habitantes mortos (de 221 mil sobreviventes apenas 28 mil eram homens), ainda a ocupação aliada, intromissão estrangeira, cofres vazios e economicamente arrasada. A destruição da economia foi de tal manta que o país apenas recebeu de forma matizada o impacto que teve na consolidação das economias agroexportadoras da Argentina e do Uruguai, a introdução de fatores produtivos como a imigração européia e os capitais estrangeiros.

Quanto ao Uruguai tradicional, caracterizado dentre outros aspectos pelo comércio de gado e pelo caudilhismo possuía transportes mais ágeis, favorecido pela mobilidade de sua principal mercadoria (gado), pelo uso de barcos a vela e a vapor no rio Uruguai (beneficiou a comunicação com a capital). Era extremamente dependente do comércio e com poucas desigualdades e tensões sociais. “Ao contrário, sob alguns aspectos [...] destacava-se numa América Latina caracterizada no século XIX por classes sociais fortemente diferenciadas”. Mas, por outro lado, a luta civil também era endêmica. Coberto por disputas dos partidos Colorados e Blancos. Ao mesmo tempo, tal qual o Paraguai sofrera com a intromissão do Brasil e Argentina na política interna. Parceiros na guerra da Tríplice Aliança. Conflito que favoreceu alguns comerciantes, muitos estrangeiros. Para o Uruguai as repercussões da guerra foram menores, apesar de a situação nesse país ter sido o elemento catalisador das contrações que levaram ao conflito .

Nessa perspectiva ainda, no Paraguai do pós-guerra a nova Constituição promulgada deveria inviabilizar qualquer forma de ditadura. Porém, perenes articulações implicariam graves tensões; como o assassinato do governo Juan Batista Gill em 1877 e a tomada do poder pelo general Caballero. Vale ressaltar, nos dois países o elemento decisivo encontrava-se no Exército. Da mesma forma, a manutenção colorada uruguaia contava com respaldo militar. No Paraguai, o partido também conhecido como colorado se manteria ininterruptamente no poder de 1880 a 1904. Com o golpe militar a estabilidade política seria dissolvida e os acentuados problemas sociais do povo seriam margeados.

A oposição paraguaia formou-se, primeiramente, como partido oficial com a Associação Republicana Nacional. Contrários ao governo Caballero e seu partido colorado (contrário ao centro Democrático, tido como partido Azul). Embora houvesse um contraste político partidário essas correntes possuíam muitos interesses em comum. Ao Uruguai o advento da oposição foi acompanhado por fortes coerções. O aparecimento de uma frente oposicionista composta das facções ‘legalistas’ dos blancos e colorados provocou uma reação autoritária do general Máximo Santos levando-o a uma demasiada repressão. A imposição do governo militar, no qual Santos era o segundo a exercer o poder, afastou também os principistas, grupo que se separava dos partidos tradicionais, constituído basicamente por jovens intelectuais, provenientes de famílias antigas, já não mais tão ricas como dantes. “Guiados por um liberalismo doutrinário extremado [...] defendiam ardorosamente um ordem legal baseada em idéias e modelos europeus na qual eram fundamentais a desconfiança do Estado e uma crença arraigada nos direitos do indivíduo.” Entretanto, com Santos o militarismo não conseguiria sobreviver a prosperidade que o mesmo contribui para fomento da modernização do país.

No Paraguai o presidente civil Juan Gualberto Gonzales cai (1894) traído pelo exército para subida de Juan Bautista Egusquiza. Este último tentara conciliações entre os moderados dos respectivos partidos. Mas, tal como outros, passaria por crises sucessórias devido ao desenho da constituição (não permitia reeleição) e outros. Nos anos 1904 a 1923 o liberalismo e a anarquia protagonizaram. Antigas brigas, nunca totalmente solucionadas reacendiam, com políticas de abstencionismo por parte dos colorados. Sempre com cortejos ao Exército. Em contraste o Uruguai tentava amenizar seus transtornos com a política de co-participação.

O batlismo, contributo à consolidação democrática, dominava a vida política uruguaia no período. José Batlle y Ordónez, desde sua primeira eleição em 1903 até sua morte em 1929, controlou a política no Uruguai. Sendo um personagem relevante para modernização do país por meio de suas reformas. Além de atuar de modo avesso aos regimes trabalhistas autocráticos da época, ao apoiar as reivindicações da classe média e trabalhista. Trouxe uma pacificação incontestável, apesar das insatisfações blancas. Os membros da elite dirigente, conhecidos como batlistas, “eram orientados por uma ideologia de cunho reformista e modernizador forjada nos últimos trinta anos do século XIX nas salas de aulas do Ateneu de Montevideu e nos círculos jornalísticos da capital uruguaia” . Ao mesmo tempo, os batlistas não estiveram isentos de revoltas.

Novas e velhas abstinências seguiam-se no Paraguai. Manuel Gondra, dos radicais, assumiu o poder por um breve momento, até novo golpe derrubá-lo, envolvendo em desordem o país. Quando as eleições foram realizadas em 1910 os colorados e cívicos se abstiveram, de tal modo que os radicais elegeram seu candidato, sem oposição. “A primeira administração de Gondra tinha apenas dois meses quando de repente o coronel Jara se insurgiu e afastou-se do cargo. O golpe desencadeou um dos períodos de anarquia na história do Paraguai. Era questão de tempo a derrubada de Jara.” Desta vez o general chefe do exército tão importante em outrora seria desconexo da cena política. Em julho, um segundo levante, chefiado por uma coligação de cívicos e colorados, impetraria afastá-lo do poder.

Liberato Rojas e Eduardo Scharer adotaram posturas diferentes de seus antecessores. Foi um período de relativa estabilidade. De benefícios pela demanda da Primeira Guerra Mundial. Com novas eleições viria a figura de Franco (1916) que efetuou reformas relevantes de caráter eleitoral. Sua morte súbita levaria também os “bons tempos”. Sopravam novamente os ventos fortes de intrigas políticas, tramóias, renúncias, esquemas e exílios. De mesmo modo, a economia uruguaia cresceu com a demanda da Grande Guerra. Favorecendo a modernização do país (período de forte migração estrangeira, fato que por muito a via cessado). Tal crescimento se dava principalmente pela indústria frigorífica, o capital estrangeiro e a pecuária. Mesmo com certa “industrialização” no período as economias platinas permaneceram agrárias. A estrutura fundiária não modificou, uma vez que se manteve a propriedade latifundiária.

A Primeira Guerra e a crise financeira de 1929 repercutiram diretamente nas economias dos países latino-americanos. Inclusive debruçaram-se sobre fatos inéditos: a dificuldade de importação de produtos europeus e estadunidense e o dever de nutrir o mercado interno. Muitos se beneficiaram com a necessidade de abastecimento da Europa no período. Já com a crise foi preciso incentivar o processo de fabricação de bens de consumo. A crise de 1929 lançou as economias latino-americanas ao colapso. O volume do comércio internacional diminuiria fortemente, os investimentos estrangeiros faltos, as importações dos mais variados produtos dificultadas. Essa conjuntura acumularia falências, desemprego e reduções salariais.

Revoluções e ditaduras estabeleceram-se em um contexto de persistência de uma economia agroexportadora majoritariamente dependente da área central do capitalismo. A questão social permanecia problemática no Uruguai e Paraguai. No entanto esse último tivera que lidar ainda com intrigas diplomáticas e o tratamento da Guerra do Chaco (1923-1932). Gondrista de ponta, Eusebio Ayala, eleito interinamente tinha problemas –feito a condição de miséria da população, a ameaça externa vizinha e a permanente questão agrária. Foi importante no processo das eleições, inclinado à realização seguinte a seu mandato de uma disputa presidencial inédita no país. Outros problemas tinham o Uruguai, reformas limitadas, a questão da co-participação, exigências e propostas trabalhistas cada vez mais intensas.

Nas Américas, na óptica de Hobsbawm, as instituições políticas adequadamente democráticas no período entreguerras a situação seria mais confusa, mas não chegava a sugerir um avanço geral das instituições democráticas. A lista de Estados consistentemente e não autoritários no hemisfério ocidental era curta: Canadá, Colômbia, Costa Rica, os EUA e a hoje esquecida “Suiça da América Latina”, o Uruguai. Conhecido como suíça “sul-americana” devido sua estabilidade política e outros aspectos se comparada aos americanos do sul. Já O Paraguai acostumado a golpes, disputaria a região do Chaco com a Bolívia. Seus governantes foram atormentados pela quebra do orgulho paraguaio com a humilhação proveniente de um tratado com os bolivianos. A tensão não cessa, a guerra chega dopada de sangue. Mas, inacreditavelmente , o Paraguai venceria desta vez. Locais, regionais ou globais, as guerras do século XX iriam dar se numa escala muito mais vasta que qualquer coisa experimentada antes. Uma das que mais vitimou foi a Guerra do Chaco 1932-5; estando inserida na era do massacre inaugurada em 1914.

Para o cientista político francês Olivier Dabène as razões que estimularam estes países isolados e pobres ao conflito bélico residem principalmente em uma ordem histórica e econômica . Sob sua perspectiva, Paraguai e Bolívia abrigavam um sentimento nacionalista herdado das derrotas nas guerras. A guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) foi desastrosa para o Paraguai e a guerra do Pacífico (1879-1886), por outro lado, fez com que a Bolívia perdesse o acesso ao mar, cuja recuperação se converteu, durante muito tempo, numa obsessão. Somavam-se ainda as demarcações fronteiriças mal delimitadas na grande planície do Chaco (600.000 Km²).

Tal período, 1870 e 1930, tangencia tempos de relativa prosperidade material, certa estabilidade uruguaia e quase sempre instabilidade paraguaia no campo político. As disputas hegemônicas paraguaias postas em jogo, mesmo entre partidários distintos nutria-se de ambições semelhantes. Em tese sua Constituição deveria privar formas ditatoriais, mas copiosos golpes foram deferidos. Mesmo Ayala, vitorioso na guerra contra a Bolívia sofreria um golpe em 1936, sob liderança do general Rafael Franco. Nem os “bons tempos” modificariam os quadros de pauperismo e a estrutura fundiária, mantinham-se os latifundiários. Acerca da Guerra do Chaco “ambos [Paraguai e Bolívia] os países saiam da guerra extremamente debilitados e sob ditaduras empenhadas em reconstruir a vida política nacional e em responder pela força à mobilização social, que, como nos demais países significava uma ameaça.” Por outro lado a década de 30 começa com ondas de medidas reformistas no Uruguai. Com intervenções de Estado no mercado de gado, a intensificação dos anseios por salário mínimo, pensões e direitos trabalhistas. Todavia, acordos oportunistas não mais dariam cabo diante de grupos sociais e políticos antagônicos. Tensões políticas se acirraram favorecidas pelas repercussões internas de 1929 (o Paraguai teve os efeitos da depressão limitados posto que sua população era amplamente camponesa) que acentuou a dependência dos estadunidenses. O golpe não tardaria, iniciando em 1933 a denominada Dictadura de Gabriel Terra. Todavia, permaneceriam os colorados no poder até 1973.

Fernando Teixeira


Bibliográfia:
DORATIOTO, Francisco Fernando Monteoliva. Maldita Guerra: Nova história da Guerra do Paraguai/ São Paulo: Companhia das Letras, 2002
ODDONE, Juan A. “A Formação do Uruguai Moderno”. In História da América Latina: de 1870 a 1930, volume V/ org. Leslie Bethell. Trad. Geraldo Gerson de Souza – I Ed, I reimpr. – São Paulo: Edusp; Brasília, 2008
DORATIOTO, Francisco Fernando Monteoliva. Maldita Guerra: Nova história da Guerra do Paraguai/ São Paulo: Companhia das Letras, 2002
SOUZA, Marcos Alves de. A cultura política do “batlismo” no Uruguai: 1903-1958/ São Paulo: Fapesp, 2003.
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