Tentarei ser breve neste texto, na
realidade surgiu com a intenção de ser apenas um comentário, algo rápido, no mínimo
algumas frases, mas foi ganhando tamanho, parágrafos, assim se tornou postagem.
Antes quero ressaltar que esta página,
embora esteja estagnada na falta de criações, ainda permanece viva, ao menos
nos números estatísticos de visitas diárias. Obviamente que o Bomba-H já teve seus dias
vindouros, talvez algum dia retorne a esse bom tempo, mas ainda sim é valido
ressaltar que o nosso ambiente virtual permanecerá sempre acessível a qualquer
leitor interessado em nosso conteúdo.
Indo ao que interessa, já algum
tempo andei me angustiando em torno de algumas posturas de nossa TV brasileira.
São atitudes, modos de programações, que estão se distanciando cada vez mais de
uma prática que deveria ser minimamente decente. E sim, qualquer que seja o gênero
do programa televisivo a responsabilidade deve ser um padrão constante,
principalmente quando colocamos em contexto uma TV aberta. Portanto, sendo
humor ou tragédia, a mídia influencia a consciência e comportamento social. Nesta postagem, cito sem temor o programa que
se auto-define jornalístico e humorístico, trata-se do CQC – Custe o que Custar
transmitido pela emissora Band. É um programa polêmico que traz temas
relevantes, mas outras vezes acaba pecando pela vontade exacerbada em favor da audiência,
capaz de agredir ou ter posturas imorais e vincular ao grande público.
Na ultima segunda-feira foi ao ar
uma matéria feita no Congresso Nacional em que o repórter tem como pauta uma
tentativa de conseguir algumas palavras de José Genoino. Não entrarei em
detalhes sobre a matéria, pois a mesma pode ser vista no vídeo que compõe esta
postagem, mas algo relevante me chama atenção, diante de todas as investidas do
humorista que apenas lança indagações impossíveis de serem respondidas. Primeiro
ele pergunta a Genoino se há mais bandidos no Congresso do que na prisão, depois
pergunta aonde ele iria passar o réveillon se seria na papuda e na maior das boas intenções afirma no final
que “o deputado Genoino não respondeu às perguntas do CQC o que ele tem feito
constantemente com a imprensa nacional. A gente quer ouvir umas respostas, a
população brasileira também quer.” Ora, mas tendo em vista a essas
perguntas, eu que faço outra ao leitor: responder o que? O que há para ser
respondido nessas perguntas que foram feitas pelo repórter, quer que ele diga
que “ - Há sim vai ser ótimo passar o réveillon na cadeia, vou adorar!”. Como assim
dá uma tchauzinho pro CQC? Definitivamente não é algo sério como tão pouco é
corajoso, pois se fosse mesmo uma ousadia ou uma grande audácia tais perguntas,
porque ele não faz essas mesmas indagações para juízes, o Supremo Federal é bem
pertinho do Congresso, se eles são tão inovadores e não tem medo de nada, então
vão lá perguntar pro Lewandowski ou para qualquer juiz se há bandidagem nos
sistema judiciário, que ali só tem bandido, etc, etc, etc.
Na realidade a imprensa
brasileira e nisso pode se incluir muitas outras programações e emissoras
adoram se colocarem como os bonzinhos, santinhos da história. Como se o
interesse deles fosse único e exclusivamente o interesse público. Francamente,
seria muita ingenuidade pensar que todas as perguntas feitas que visam agredir
o político é feito apenas para vingar a sociedade, nada disso! É uma intenção
clara de busca de audiência, é uma suplica para que Genuíno se revoltasse e
agredisse o repórter, pronto seria o que xeque-mate. Os inocentes e mocinhos da
história ganhariam o dia e mais uma vez cercaria de adjetivos e piadinhas que o
Genuino, colocando-o como o grande vilão a ser destruído. Ora, não estou aqui
querendo defender políticos corruptos, na verdade deixo claro que um dos
maiores problemas do Brasil e isso não apenas hoje, mas durante algum período vem
sendo a corrupção que impera sobre várias instituições do país, principalmente
na administração pública, e se, portanto, Genuino foi julgado e condenado deve,
de fato, parar na cadeia como qualquer um que inflige a lei. No entanto, é um
direito dele e isso ninguém pode negar a vontade de aceitar ou não uma
entrevista. Aliás é um direito de qualquer um.
Por fim, vale deixar claro que o
humor, como qualquer brincadeira, deve ter seu ponto de começo, desenvolvimento
e fim, o Brasil e o ser - humano não pode viver uma vida apenas de humor, a momentos
de ser falar sério e esses muitas vezes trazem “realidades” trágicas, ainda
mais para nós brasileiros. A seriedade é algo necessário para TV brasileira e
não deve está apenas nas notícias do William Bonner afirmando que cresceu o número de violência ou o fraco
desempenho brasileiro em matéria de educação, a seriedade deve está também no
papel de prevenção, de conscientizar a população que a coisas que podem ser
evitadas na vida e a mídia tem um papel primordial nisso.