segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A platéia e a isca

Na última semana estive pensando, juntamente com outros colegas, que tipo de conteúdo deveríamos disponibilizar ao leitor. Ao que parece – sob análise feita no decorrer de um panorama ao nosso blog – quanto mais polêmica for a postagem, maior é o número de comentários. Para ilustrar melhor essa percepção, um bom exemplo seria a postagem: Bomba-H se pronuncia, onde até o momento tivemos 15 comentários, sendo que a postagem posterior a essa tem apenas um comentário. A explicação para isso se deve ao valor que cada postagem possui em determinado número de pessoas. É mais atraente comentar o acontecimento polêmico  do que se pronunciar sobre a triste situação de nossa Universidade.   

De fato não há segredo algum nisso. Desde muito tempo existem formas que são utilizadas por meios de comunicação para atrair o maior número de pessoas possíveis. O termo sensacionalista é quando determinado acontecimento é explorado ao máximo por editoriais, tamanha é essa exploração que é retirado do acontecimento as maiores emoções imagináveis; e a subjetividade, que deveria ficar de fora de uma matéria jornalística séria, toma grandezas significativas. Portanto o sensacionalismo é uma forma não adequada de se atrair o público.  Outros que também tem suas formulas de conquista das massas são os tradicionais discursos políticos, onde se promete de tudo e para todos. Inclusive é comum em campanhas políticas se gastarem caminhões de dinheiro em busca da melhor imagem pública. Nesse assunto os profissionais de marketing são especialistas.

Salman Khan
Entre os professores a platéia é obviamente os alunos que estão ali por diferentes motivos. Um porque a mãe o obrigou, o outro porque tem consciência que a educação é algo positivo para ele, há também aqueles que estão ali para não reprovarem por faltas ou por para não perder o conteúdo e não da conta, mais tarde, de fazer a prova. Mas recentemente folheando uma revista semanal, da qual muitas vezes destinei minhas criticas neste blog, tive a oportunidade de ler uma matéria sobre dois professores que atraiam milhões de pessoas para suas aulas e palestras. Fiquei intrigado. Esses professores americanos utilizavam a reflexão de assuntos polêmicos para atrair seus públicos, e nada, além disso. Segundo informa a revista Veja (23 de novembro de 2011) suas “aulas na internet já receberam mais de 85 milhões de acessos,” sem a necessidade de utilizar “apetrechos nem invencionices” apenas sendo bons professores.

Michael Sandel
Os dois professores apresentado pela matéria são o matemático Salman Kahm e o filosofo Michael Sandel. O primeiro desafia sua turma com perguntas como: “Você torturaria um terrorista para tentar evitar uma explosão fatal em uma escola? E se a única maneira de pará-lo fosse torturando a filha dele, de 9 anos de idade?” O outro professor, da Universidade Harvard, Michael Sandel consegue provocar numa extensa platéia perguntas polêmicas mais reflexivas: “Se você tivesse de tirar a vida de uma pessoa para salvar a de outras cinco, o que faria? É justo inflar o preço da água após um desastre natural para aproveitar uma oportunidade de lucro?”

Trata-se de professores, que fazem parte de um grupo seleto, que conseguem tornar o conhecimento transmitido como um desafio a ser refletido pelos alunos. Embora seja assuntos complexos e polêmicos, cada um pode emitir sua opinião livremente e o papel do professor, nesse caso, serve apenas como provocador e mediador do debate. No fim da aula  os alunos não estão preocupado com a presença, mais convictos que suas opiniões sofreram “reviravoltas” em uma simples aula.

5 comentários:

  1. Eu não sei porque, mas essa postagem me fez lembrar alguém que assim da mesma forma, uma noite dessas ai precisou de platÉia, e usou como "ISCA" um discurso falido, se referindo a um tal de "BONUS" (quem vinher será agraciado com um bonus...). muitas pessoas fizeram de tudo para poder estar presente, matando inclusive, aula de apresentação de outros grupos. pra no outro dia quando ficaram sabendo do que o "BONUS" oferecia, a quem matou aula e se esforçou para estar presente.

    tivemos a sensação de que o "BONUS" era a chave do maior poder, que não vale um chiclete que alguém mascou...


    por isso quero deixar aqui um aviso aos navegantes, que estão chegando a bordo do terceiro porto.

    "BONUS DEPENDENDO DO CANDIDATO QUE OFERECE, PODE SER A COMPRA DE GATO POR LEBRE"

    QUEM CONHECER POLÍTICO HONESTO QUE ME CONTE OUTRA...

    neste terceiro porto eu vou entrar com muito cuidado, para não me iludir com falsas promessas.

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  2. É, mas teve gente que usou desse bônus, para alguém sim ele foi importante.
    Agora o que não entendi, nesse comentário a cima, foi a parte do horário de outro professor. Tem certeza?
    Vou ver se acho essa noticia na página do curso...


    é realmente foi sim, começou no primeiro horário de uma segunda feira... tinha aula nesse dia de outra professora, pelo menos mostra isso na grade...

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  3. Bom texto Vitão!!! Semana passada fiz uma leitura do livro Educação como prática de Liberdade, livro do Paulo Freire, atrás de respostas que em parte obtive. Se quiser procura lá depois.

    Te deixo com a letra de Seu Jorge.
    "É a voz da massa!!!", mais anônima que nunca.

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  4. Parabéns patrão como sempre mandando ver com seus belos textos.

    eu também quero postar uns depois.

    um grande abraço.

    massa blogueira.

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  5. Parabéns victor, Concordo que Notícia pode se tornar tendeciosa, e dependendo do veículo, e em casos de catástrofes e tragédias, penso que elas podem até aumentar o sofrimento dos envolvidos, ou do contrário, quando não é devidamente veiculado, deixá-los com a sensação do esquecimento...Mas será qual é o limite entre uma notícia impactante, com a descrição dos fatos com riqueza de detalhes e o sensacionalismo?
    Penso que a linha que os separa é bastante tênue e cabe a nós expectadores analisar o que realmente necessita de atenção e talvez atitudes. E no âmbito educacional, se torna tudo tão complexo, mas acho q algumas formas de expor o conteúdo pode sim despertar nosso interesse com mais ênfase, me lembro das aulas da Shêila, que em um primeiro momento pode ter se apresentado chata e maçante, mas no decorrer do ano, talvez até por se tratar de assuntos que dividem opiniões, acabou se tornando momentos maravilhosos de debate e reflexão.

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