quarta-feira, 30 de março de 2011

Feminismos: idade/geração e juventude

O terceiro capítulo faz um dialogo entre as aulas de metodologia e teoria. Podemos nos arriscar a dizer, por exemplo, que nesse capítulo temos a discussão entre modernidade e pós-modernidade, no caso de nosso trabalho a história é substituída pelo feminismo. Ou seja, o capitulo não apenas dialoga com a aplicação da matriz de Rüsen, mas também com o próprio texto, discutido em teoria, que faz uma abordagem da modernidade e pós-modernidade. Para que, logicamente, não fiquem vazias essas nossas percepções, deveremos apresentar justificativas que torne plausível essa nossa afirmação.

Apresentado na aula de revisão do conteúdo de teoria, mais precisamente no dia 12 de novembro, a professora Ana Carolina, citou que a “fragmentação é uma característica da pós-modernidade.” O contexto pelo qual levou a professora a afirmar isso, foi quando discutido um programa de televisão em que aparecem diversos fragmentos soltos e que muitas vezes esses fragmentos acabam provocando uma falta de orientação. Diante dessas pequenas aspas da professora, pegaremos par diálogo a seguinte pergunta feita pelo terceiro capítulo: “E como organizar uma luta feminista solidária, aberta às diversidades sem cair em uma infinita fragmentação?” Podemos com isso, citar que uma das perspectivas da autora será dá resposta a essa pergunta. Também podemos dizer que o fato do feminismo cair nessa fragmentação, está associado “a uma perspectiva pós-moderna.” A seguir, detalharemos. Logo no começo do capítulo, pelo o qual ficamos responsáveis, temos uma critica a questão “unificadora das mulheres.” Segundo a critica apresentada, esse tipo de teoria unificadora das feministas estão deixando de fora questões especificais, que podem ser resumida quando citada a palavra “gênero: raça/etnia, orientação sexual, nacionalidade.”

Portanto, podemos dizer que umas das formas que a autora, Érica Isabel de Melo, utiliza, na sua apresentação do terceiro capitulo, estaria voltado à questão de “deixar de falar em ‘mulher’ e passe a tratar de ‘mulheres. ’” Ou seja, seria quebrar a idéia unificadora do feminismo, mas para isso necessitaria de categorias especificas que tornaria o olhar para o feminismo mais fragmentado. Como podemos perceber, somente agora citaremos o nome do terceiro capítulo, pois o seu título justifica essa questão de querer especificar o feminismo. As duas especificidades que Érica, utiliza para se entender o seu objeto, Riot Grrrl, são citadas no título “Feminismos: idade/geração e juventude.” Podemos também, para melhor detalhar esse nosso parágrafo pegar o seguinte trecho: “As categorias idade/geração incluem-se nesse bojo de especificidade que fez como que o feminismo deixasse de falar em mulher e passasse a tratar de mulheres”
O tópico que divide o capítulo, cujo o nome é juventude e feminismo, nos mostra que a autora utiliza da especificidade juventude por ser uma característica do feminismo especifico Riot Grrrl. Para isso a autora apresenta eventos e encontros ocorridos que procuravam legitimar a juventude como especificidade do feminismo. “Alguns recentes eventos são úteis no entendimento de uma política feita por e para jovens mulheres feministas na América Latina.” Vale ressaltar também, que esses encontros procuravam dialogar com diversas condições que contextualizavam a juventude feminista com a pós-modernidade, isso pode ser visto quando Érica cita uma passagem da mexicana Elizabeth Plácio, do grupo de jovens Elige - “deve-se perceber que as jovens feministas vivem em um mundo diferente, marcadas pela globalização, pelo neoliberalismo, por avanços tecnológicos e que esses fatores devem ser considerados para a luta das mulheres jovens.” Dessa forma apresentada por Plácio, podemos perceber que a especificidade da juventude tem ganhando espaço, legitimando movimentos como as feministas riot grrl. “Dessa forma, os feminismos jovens, incluindo as feministas riot grrrls, tem conquistado espaço dos feminismos como um todo, legitimando, assim, as suas demandas específicas.” Fica portanto evidente o porque a autora utiliza juventude em seu título do terceiro capítulo, pois trata-se de uma das características do movimento tema do trabalho Riot Grrrl.

No entanto juventude não é a única categoria que nos é apresentado. Como podemos perceber no próprio título, outra categoria a ser comentado seria a idade/geração. Antes de Érica, entrar diretamente no tema idade/geração, ela faz uma ressalva sobre o próprio tema utilizando para isso uma citação de Alda da Motta: “Categorias de grande complexidade analítica, porque se realizam num entrelace mútuo que se faz e desfaz, ao mesmo tempo em que se articulam com outras categorias relacionais, em imagens caleidoscópicas ou como dimensões co-extensivas, isto é, recobrem-se parcialmente uma à outra.”  Uma das definições que podemos encontrar para geração, logo em seguida seria, seria uma “localização comum na dimensão histórica do processo social de pessoas de um mesmo grupo etário.” Ou seja, trata-se de uma definição elaborada que nos condiz a entender que a geração está relacionado a fluidez da mudança, seja ela histórica, local ou social. Daí a idéia expressa que “geração ainda está ligada ao ritmo de mudança social.” Diante dessa mudança social é aonde podemos encontrar a importância da juventude. Pois segundo apresenta Mannheim: “é nesse momento que as pessoas refletem e questionam as informações recebidas, que os problemas se localizam num ‘presente’ e são experimentados enquanto tais.” O que tornaria justificável essa suposta subjetividade de Mannheim, apresentado pela autora, seria que a juventude vive em “uma fase sensível” as mudanças ocorridas ao seu redor, ou melhor, na vida social, é nesse momento da vida que a pessoa “está atenta aos seus dados problemáticos, e é nesse momento que a personalidade se constitui de forma a incorporar primeiramente as mudanças sócias em seu comportamento, e dessa forma, que tem mais possibilidade de inovar (daí o termo pós-moderno fluidez – admitindo que o grupo se arrisque em citá-lo) com a cultura.”

Por fim “o feminismo é um movimento de fins do século XX que compartilham uma certa relação crítica auto consciente diante das tradições políticas e filosóficas estabelecidas.” Aprender com a diversidade, aprender com as diferenças são essas questões que o pensamento feminista contemporâneo se interroga. Diante disso surge o termo que se torna fundamental nessa discussão que seria o gênero. Joan Scott apresenta que o “gênero é um elemento consultivo das relações sociais baseadas na diferença sexual.” Só que engana-se quem pensa que isso seja simples, pois para entender dessa forma é importante saber de outros aspectos que estão relacionados tais como “as normas culturais, a política, as instituições e organização social e, por fim, a identidade subjetiva.” O mais interessante e que pode ser visto também como uma perspectiva da autora é que a discussão que ela nos propõe a cerca do gênero acaba levantando a questão solidária do movimento feminista, pois com a discussão as questões são melhores entendidas fazendo com que o feminismo deixe de ser menos militante e mais acadêmicos, centro de debates construtivos – tal como é nossas aulas de metodologia.

Grupo formado por: Fernando, Marcos, Tiago, Valério e Victor

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