domingo, 26 de setembro de 2010

O choro do quarto poder

A atual edição de uma revista semanal, que me recuso citar o nome, vai às bancas nessa semana, apontando o suposto ódio que o presidente Lula tem em relação à imprensa. Entre muitas choradeiras, o Bomba-H dará sua opinião sobre o assunto.

O fato que o atual governo petista tentou implantar o Conselho Nacional do Jornalista que cuidaria da imprensa no Brasil. Esse conselho estaria investigando possíveis condutas antiéticas da imprensa como um todo. Ou seja, seria um conselho que trabalharia em prol da ética no jornalismo, beneficiando não só a qualidade do jornalismo, mas também a população. Pois devemos levar em consideração o fato que a ética profissional deve atender interesse da ética social. Diante desse panorama, que podemos refletir como sendo utópica, a imprensa de forma geral torceu o nariz para esse conselho. O principal argumento, dos santinhos da imprensa, é que esse conselho poderia ter influencias políticas e econômicas, fazendo com que a fiscalização da imprensa fosse caracterizada como censura, tratando-se em não atender o interesse social, mais sim político.

Por outro lado temos o discurso político a cerca do mesmo tema. Que trata-se de tornar o trabalho da imprensa similar ao trabalho do advogado, que também tem um órgão que fiscaliza a pratica da profissão, no caso do exemplo a OAB. Vale também ressaltar que não é somente um exemplo que podemos citar, são várias as profissões que possuem um órgão fiscalizador de qualidade. A imprensa por sua vez acredita que isso seria uma afronta a liberdade de expressão e faz questão de grita alto, quando alguém ousa cita algo a respeito.

A revista, que não citarei o nome, mas que ultimamente tem a mesma credibilidade de um catálogo das casas Bahia. Fez o seu chororô semanal. Divulgou os ataques do presidente Lula a santinha da imprensa, e fez questão de ressaltar como a “comedida” candidata Dilma, poderá lidar com o essa situação, caso ela venha a ser presidenta.

Agora vamos à outra versão dessa discussão toda. Sabemos que sim, poderá haver influencia do governo, em um órgão que pretenda fiscalizar a imprensa, mas também temos que levar em consideração a realidade vivida pela imprensa brasileira. O sensacionalismo está ai para todos verem, a falta de imparcialidade e de ética é evidente. Podemos citar por exemplo, essa revista que certa vez trouxe como capa, as estratégias de marqueteiros para fisgar os eleitores. A capa traz caricaturas dos três principais concorrentes à faixa presidencial. Ao mesmo tempo em que ela nos traz uma capa como essa, percebemos na seção de Índice uma foto apenas com a chamada para a matéria principal. A chamada apresenta como única foto uma eleitora do tucano Serra, vale ressaltar também que a imagem é a maior da seção, ou melhor, a segunda maior, perde para a publicidade ao lado. Só nessa simples analise, pergunto onde está a imparcialidade?

Vou deixar para que os leitores pensem o que quiserem a respeito do tema. Só vou ressaltar por ultimo o fato, destaco pelo nosso querido amigo Kiko Di Faria, da imprensa também atender interesse político e econômico. E deixo como ultima pergunta: será que a imprensa luta mesmo pela liberdade de expressão ou liberdade dos patrões?

4 comentários:

  1. Vitão meu queridooO...

    De fato é algo complicado de se falar. Por um lado há os que lutam pela liberdade sem barreias, em prol não só de saciar sua vontade de expressão livre como também sanar a sede da população pela "notícia nua e crua como ela é". Mas também há os que lançam mão (ou melhor... abrem os bolsos) para fazer as coisas conformem o andar da carruagem do dinheiro que lhes é posto a mão. Favores prestados aqui... pagamentos desses favores ali... e assim vai indo a nossa liberdade de expressão. Não são todos que usam de maneiras desmedidas para conquistar algo, acredito que essa minoria (ou maioria... não sei) que faz imprensa série e de qualidade ainda faz total diferença: na verdade são os leitores quem dão voz a razão quando dão credibilidade a assuntos competentes e sérios. Nada de marketing promocional e sensacionalista... deixemos que a voz livre liberte as verdades que nos rondam!!

    Não sei se respondi o debate em questão, mas é isto que penso a respeito de algumas noticias que lemos, vemos e ouvimos.

    BjoOo...
    ~♥

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  2. Essa uma questão polêmica mesmo. Jornalismo é uma coisa sou muito insipiente,Contudo, acredito que um tipo de mídia que busca levar ou veicular a informação, deveria fazer seu o trabalho da forma mais coerente possível.infelizmente no jornalismo atual(não estou generalizando pois tem muita gente boa por ai) vejo que falta um cuidado maior com a informação, com a HISTÓRIA relacionada aos acontecimentos comunicados assim como dos entrevistados.Acho que isso contribuiria para perguntas mais interessantes e criticas menos abrasivas que tem forte tendencia à direcionar a opinião publica. Concordo com quem diz que a profissão é similar a de um juiz e por isso, deveriam agir com a mesma seriedade.Alguem concorda?

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  3. É, o assunto é complexo e exige mais que boa vontade de quem deseja participar do debate. Ninguém ama mais a liberdade de expressão do que o poeta (acredito) esta é sua seiva, sua vida e morte.
    Mas creio sem nenhum embasamento teórico, pura e simplesmente pelo instinto, que não há liberdade de fato, sem responsabilidade, e o que vejo, com toda minha limitação no assunto, é que os veículos de comunicação, são também corporações ecomômicas e visam lucros para se manterem no mercado e em nome desse fator, a ética vai pro ralo.
    Os veiculos de comunicação, além de não poderem ser imparciais, uma vez que neutralidade não existe, e por serem todos operados por mentes humanas, trazem também os estígmas de não serem justos, pois priorizam os que pagam mais, ou os que detém mais status quo, e que acabam dando maior retorno ao ivestimento da comunicação.
    Exposto esses poucos argumentos que minam qualquer possibilidade de neutralidade, ainda tem um agravante que é a edição, ou "censura de gabinete" que visa atender aos argumentos acima expostos... Onde vai parar a responsabilidade, onde vai parar a liberdade de expressão? Se esta é sumariamente assassinada nos prórpios gabinetes editóriais que a descarta em nome de tantos argumento enumeráveis???
    Ao abandonar a responsabilidade inerente ao processo de comunicação, em nome de seja qual for o argumento, abortamos a possibilidade de liberdade de qualquer processo comunicacional.
    E isso está presente em todos os meios de comunicação! Então como não abraçar o desafio de tentar fortalecer a liberdade de expressão e garantir que haja o mínimo de responsabilidade, social econômica, ética, moral etc. possivel nos veiculos de comunicação??? Não sou um comunicador e tampouco me vejo credenciado para prover um debate de tal magnitude, mas seja como for e por quem for, ele precisa ser posto à mesa e levado a sério. Já dizia o velho sátiro chacrinha," quem não se comunica se estrumbica!" Ora, comunicar tendenciosamente e capciosamente, não pode ser o único formato de comunicação autorizado nessa republica! Precisamos pluralizar as possibilidades de fala e de falantes ou desembocaremos numa imposição corporativa, nociva e lesiva à liberdade de expressão, tão forte e intransponíveis que acabaremos por nos estrumbicar todos!!!

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